O governo federal anunciou nesta terça-feira (14) uma série de reuniões com o setor privado para discutir a recente tarifa imposta pelos Estados Unidos ao Brasil. A estratégia visa buscar uma solução diplomática e evitar maiores impactos econômicos e políticos.
Governo debate com setores estratégicos para enfrentar tarifa de Trump
Segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin, a primeira etapa será conversar com o setor privado. Está marcada uma reunião pela manhã com representantes da indústria, incluindo os segmentos de avião, aço, alumínio, celulose e máquinas. À tarde, o foco será no agronegócio, abrangendo carnes, frutas, mel, couro e pescado. Alckmin destacou que o presidente Lula não participará diretamente desses encontros, que visam ouvir as entidades para medir os impactos e buscar soluções.
Diálogo com entidades americanas e fiscalização do impacto econômico
Além das reuniões com o setor brasileiro, o governo pretende estabelecer contato com empresas e entidades nos Estados Unidos, buscando compreender a cadeia de integração. “Vamos marcar encontros com entidades e empresas americanas porque há uma integração forte na cadeia de produção e comércio”, afirmou o vice-presidente.
Durante uma reunião no Palácio da Alvorada no domingo, Lula também decidiu criar um comitê consultivo com empresários para discutir as alternativas à medida tarifária. Segundo presentes, o objetivo é mostrar ao esforço do país para responder de forma coordenada e institucionalizada frente à medida de Donald Trump, anunciada na semana passada.
Reação do governo e expectativa de negociação
O governo tem priorizado o diálogo como caminho para reverter a decisão americana, reforçando a necessidade de união nacional. O Planalto trabalha também na elaboração de uma lista de empresários que integrarão o comitê, que será oficializado ainda nesta segunda-feira. A expectativa é que as reuniões com os empresários tenham início já nesta semana.
Geraldo Alckmin afirmou que haverá uma interlocução direta com empresas americanas para entender o impacto para o comércio bilateral. “Vamos também conversar com empresas dos EUA para tentar uma solução técnica e diplomática”, disse. O objetivo do governo é transformar a crise em uma oportunidade de fortalecimento das relações e de uma resposta conjunta da sociedade brasileira.
Contexto internacional e possíveis reações
O impacto da tarifação de Trump já provoca repercussões na União Europeia, que se prepara para intensificar o diálogo com os países afetados. Segundo fontes, o governo brasileiro também considera a Lei da Reciprocidade, que permite aplicar tarifas sobre produtos americanos, caso as negociações não avancem. A regulamentação dessa lei deve ser publicada nesta semana, conforme adiantou o Ministério da Economia.
De acordo com interlocutores, Lula reforçou que o foco atual é evitar uma escalada da crise por meio de negociações diretas com os Estados Unidos. A equipe econômica e o presidente acreditam que o relacionamento de longa data entre as duas nações seja um fator importante para a reversão ou mitigação da medida tarifária.
Perspectivas futuras e esforços diplomáticos
O governo busca demonstrar que a resposta à tarifação de Trump será coordenada e colegiada, com participação do setor privado e entidades do Brasil e dos EUA. A formação do comitê consultivo é uma iniciativa que visa reunir diferentes setores para avaliar os efeitos econômicos e propor soluções que preservem a soberania e os interesses nacionais.
Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, as próximas horas serão decisivas para o fortalecimento do diálogo bilateral e para a construção de uma resposta que minimize os efeitos do tarifão americano.
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