A situação da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) e sua família segue sendo um tema polêmico em Brasília. A devolução de um apartamento funcional, que deveria ter ocorrido no último dia 4, ainda não foi realizada, levando a defesa de Zambelli a argumentar contra possíveis multas e indenizações. O imóvel, situado na Asa Sul, região nobre da capital federal, está sob a mira da Câmara, que confirmou a necessidade de devolução à equipe da coluna.
A devolução do imóvel e os prazos expirados
O limite para a entrega das chaves do apartamento expirou há mais de uma semana, mas a família Zambelli ainda reside no local. O advogado da parlamentar alega que a deputada tomou conhecimento do prazo apenas após uma reportagem divulgada em 4 de julho. Segundo informações, Zambelli não teria sido notificada adequadamente sobre a devolução do imóvel durante seu período fora do Brasil.
Defesa em busca de isenção de multas
A defesa da deputada está tentando argumentar que Zambelli não deve multas ou indenizações por não ter devolvido o apartamento dentro do prazo. Eles sustentam que Zambelli teria realizado benfeitorias no imóvel e que o deputado Coronel Tadeu, que assumiu o lugar de Zambelli na Câmara, já se manifestou dizendo que prefere permanecer em um hotel em Brasília, abrindo mão do apartamento.
Entretanto, a Câmara se mantém firme em seu regimento e não parece disposta a abrir exceções. As alegações de melhorias e a falta de notificação adequada não têm sido suficientes para evitar as possíveis penalidades que podem ser impostas à deputada. Com isso, Rita Zambelli, mãe da deputada, e João Zambelli, seu filho, deverão deixar o apartamento funcional em breve.
As consequências da fuga de Zambelli
A história se complica ainda mais quando consideramos que Carla Zambelli está foragida da Justiça há um mês. Ela deixou o Brasil por conta de uma condenação proferida pelo Supremo Tribunal Federal, que resultou em uma pena de dez anos de prisão e na perda de seu mandato. Zambelli, envolvida em um caso que inclui a invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça, fugiu inicialmente para a Argentina e posteriormente viajou para os Estados Unidos, de onde anunciou sua fuga no início de junho.
Enquanto isso, a Interpol e a Polícia Federal brasileira continuam na busca pela parlamentar, que se encontra na Europa, mais precisamente na Itália.
O contexto dos apartamentos funcionais em Brasília
O apartamento funcional que a família Zambelli ocupa é uma das 432 unidades disponíveis para deputados em Brasília. Esses imóveis foram construídos nos anos 70, quando a quantidade de parlamentares era bem menor, resultando em um gargalo na ocupação e na distribuição de apartamentos. Com o aumento do número de deputados, a espera para conseguir um imóvel funcional tem se intensificado, e aqueles que não são contemplados têm direito ao auxílio-moradia.
A situação específica de Zambelli levanta questões sobre os direitos de ocupação e as responsabilidades dos parlamentares com relação ao patrimônio público. A denúncia de irregularidades e o descumprimento de prazos têm gerado descontentamento tanto entre a população quanto entre os pares da deputada.
O cenário se torna ainda mais acirrado à medida que a espera por soluções se estende. Enquanto a interrogação sobre a devolução do imóvel permanece, a rede de apoio da parlamentar segue a acompanhar de perto sua situação, torcendo para que as circunstâncias mudem favoravelmente para a figura pública que agora se vê envolta em polêmicas e investigações.
Com a família Zambelli ainda usufruindo do apartamento por tempo indeterminado, a população aguarda movimentações reais na Câmara e uma posição clara sobre o futuro da deputada e sua família no contexto político brasileiro.
