A Eurocopa 2025, que acontece na Suíça, tem se destacado pela sua organização, mas um problema se tornou notório: a falta de banheiros femininos. Em meio a um torneio que está atraindo milhares de torcedores, as mulheres que comparecem aos estádios se deparam com longas filas e condições inadequadas para atender à demanda. Apesar da beleza do evento, essa questão levanta um debate importante sobre a infraestrutura destinada ao público feminino em eventos esportivos.
Filas nos banheiros geram desconforto
Nos estádios de Basileia, Genebra e Berna, com capacidade superior a 30 mil lugares, o número de banheiros femininos se mostrou insuficiente para atender às milhares de mulheres presentes. A situação se repete em outras cidades que recebem jogos, como Zurique, St. Gallen e Lucerna. A mídia local tem reportado esse problema que, para muitas, é contornado com a alternativa de utilizar os banheiros masculinos, que são mais numerosos e menos lotados.
Esse cenário reflete uma falha de planejamento em um torneio que é amplamente promovido como acessível e voltado para um público diversificado. A Eurocopa é um evento que deve ser comemorado por sua inclusão, mas a carência de infraestrutura apropriada revela ainda uma herança de um contexto predominantemente masculino em eventos de futebol.
Situação brilha na Eurocopa, apesar dos desafios
Apesar das dificuldades enfrentadas por mulheres nos estádios, a Eurocopa 2025 se destaca em outros aspectos. O torneio já quebrou recordes na venda de ingressos, atingindo mais de 600 mil antes mesmo do início das partidas. Com trens gratuitos e pontuais disponíveis para os fãs, os estádios ganharam atmosfera vibrante, recheada de alegria e emoção.
A equipe suíça feminina, comandada pela lendária Pia Sundhage, conquistou a simpatia do país após garantir uma vaga nas quartas de final. O gol emocionante de Riola Xhemaili nos acréscimos do jogo contra a Finlândia ressoou em todo o país, transformando as jogadoras em verdadeiras estrelas nacionais. Ao enfrentar a poderosa seleção da Espanha, as anfitriãs buscam não apenas uma vitória, mas também a validação de sua trajetória até aqui.
Expectativa para o jogo contra a Espanha
O esperado confronto contra a Espanha será uma oportunidade histórica para a seleção suíça. Com estrelas como Alexia Putellas e Aitana Bonmatí no time adversário, as jogadoras suíças estão cientes da magnitude do desafio que enfrentarão no Estádio Wankdorf. Este famoso local, que celebra seu centenário em 2025, já foi palco de momentos épicos no futebol, como a icônica final de 1954.
A zagueira espanhola Jana Fernández comentou sobre a atmosfera vibrante que caracteriza estar jogando como anfitriã: “Ter todo o apoio da torcida é uma grande motivação para vencer.” E com o envolvimento crescente dos torcedores, especialmente após o sucesso recente das jogadoras, a Suíça espera um apoio caloroso nos estádios.
Os treinos abertos à torcida e a crescente presença de fãs nos jogos da Eurocopa demonstram que o interesse pelo futebol feminino no país está em alta. O entusiasmo da população reflete a mudança nas percepções sobre o esporte e promete um legado que deve continuar a se desenvolver, não só na Suíça, mas em todo o mundo.
Outros desafios e a busca por soluções
A Eurocopa 2025 também aponta para a necessidade urgente de reformas na infraestrutura dos estádios, não apenas na Suíça, mas em todas as sedes de grandes torneios. A experiência das mulheres nos eventos esportivos deve ser uma prioridade, considerando que cenas de filas longas e desconforto não são aceitáveis em um evento que visa ser inclusivo e progressista.
É essencial que organizadores e autoridades tomem medidas para garantir que todos os torcedores, independentemente de gênero, tenham acesso a instalações adequadas e confortáveis. Avanços nas políticas de igualdade de gênero em eventos esportivos podem cultivar um ambiente mais acolhedor e facilitar o crescimento contínuo do futebol feminino.
Assim, enquanto as jogadoras suíças se preparam para o grande confronto e as torcidas se mobilizam para apoiar suas seleções, a Eurocopa de 2025, com suas barreiras e conquistas, se revela mais do que um torneio: é um reflexo das mudanças sociais e da evolução das tradições no esporte.
