Brasil, 16 de julho de 2025
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Elon Musk e a ilusão de salvar a civilização sem apoiar quem cria seus futuros

Enquanto Elon Musk incentiva mais filhos para evitar o colapso, quem sustenta a sociedade enfrenta dificuldades diárias e falta de apoio.

Ver Elon Musk defendendo que precisamos ter mais filhos para impedir o colapso da civilização parece longe da realidade de quem enfrenta os custos de criar uma criança em um sistema falido. Sua posição soa desconectada das dificuldades enfrentadas por milhões, muitas delas, como eu, vivendo na ponta do sistema de assistência social. Em meus três anos de luto e luta, eu perdi empregos, enfrentei dúvidas sobre a facilidade de cuidar de uma criança sem apoio estruturado e, por fim, dependo de benefícios públicos para sobreviver com minha filha.

O peso de criar filhos em um sistema que não ajuda

Durante esse percurso, tive que fazer escolhas difíceis: faltar comida para garantir que minha filha tivesse o mínimo necessário ou adiar tratamentos médicos essenciais. A assistência social foi minha rede de proteção, mas ela é elástica apenas até certo ponto. Enquanto Musk fala de repopulação, quem está na batalha real não tem luxo de pensar no futuro sem garantir o presente. É uma luta diária contra a pobreza, a falta de acesso à saúde, educação e uma rede de segurança mínima.

O retrato de quem sustenta a sociedade

Minha realidade não é única. Milhares de famílias vivem o mesmo drama, muitas vezes silenciado pela vergonha ou pelo julgamento social. As cenas que poucos veem incluem fila de banco de alimentos, sacrifícios pessoais e o medo constante de perder tudo o que foi conquistado a duras penas. E por trás de discursos elitistas, há uma desconexão total com esse cotidiano, onde a decisão de ter um filho não é apenas uma questão de vontade, mas de sobreviver.

A política que destrói as possibilidades de uma vida digna

Hoje, a ameaça de cortes em programas de assistência social, como Medicaid e auxílio alimentos, coloca a saúde e o bem-estar de muitas pessoas em risco. A diminuição desses recursos não é um mero ajuste fiscal, mas uma sentença de exclusão social. Para quem precisa de medicamentos, como eu, que depende de transplantes e limitações de renda, a perda de benefícios pode até significar a morte. E o pior é que esse ataque às redes de proteção se amplia, enquanto o discurso governamental se volta para beneficiar o sistema econômico em detrimento da vida das pessoas.

Quem realmente quer salvar a civilização

Se realmente desejassem fortalecer a sociedade, os políticos e líderes econômicos investiriam em educação, saúde, moradia e apoio às famílias. Não se trata de ter mais filhos por obrigação, mas de criar condições dignas para que as famílias possam crescer e prosperar. Enquanto isso, discursos vazios e políticas destrutivas mostram que o que se busca, na verdade, é manter o status quo de desigualdade e exploração.

O chamado por uma mudança real

É hora de exigir políticas que valorizem quem já constrói o futuro: os pais, as mães, os cuidadores. Precisamos de um sistema que ampare, que proteja e que inspire esperança — não de mais discursos vazios de bilionários distantes da nossa dura rotina. Até lá, seguimos tentando sobreviver, enquanto quem fala em salvar a civilização segue fora do alcance de nossas realidades e necessidades.

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