Brasil, 14 de julho de 2025
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Direcionamento de policiamento nas eleições de 2022 é reafirmado no STF

Ex-coordenador da PRF menciona fiscalização direcionada em estados favoráveis a Lula durante as eleições presidenciais.

No recente interrogatório ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Adiel Pereira Alcântara, revelou que havia uma impressão generalizada de que o policiamento estava sendo direcionado em algumas regiões do Brasil durante as eleições presidenciais de 2022. Este depoimento gerou novos desdobramentos na investigação em curso sobre as práticas eleitorais desse período.

Impressões de policiamento direcionado

Durante seu depoimento, Adiel destacou que a fiscalização da PRF parecia concentrar-se em ônibus e vans partindo de estados como Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, com destino ao Nordeste, onde a maioria dos eleitores apoiava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele declarou que houve “orientações gerais”, mas que a fiscalização foi intensificada especificamente nesses estados.

O ex-coordenador relatou que sua equipe, parte do serviço de inteligência da PRF, tinha a responsabilidade de monitorar manifestações e possíveis crimes eleitorais. Ele afirmou que cada estado contava com um agente focal para acompanhar todas as ocorrências, 24 horas por dia. Adiel explicou que a função dele era mais voltada para o acompanhamento de manifestações sociais, deixando as operações específicas de fiscalização a cargo das superintendências.

Requerimentos e percepções de ação

Segundo Adiel, a percepção de direcionamento foi impulsionada por pedidos feitos pelo então diretor da PRF, Silvinei Vasques, ao inspetor Luís Carlos Reischak. O pedido incluía uma contagem de ônibus e vans que estavam se deslocando para as regiões com um maior número de eleitores do candidato Lula. Adiel, no entanto, enfatizou que apesar das abordagens a ônibus, não houve confirmação de que eleitores tenham deixado de votar como resultado das ações da PRF.

“Houve abordagem a um ou outro ônibus, mas logo em seguida foram liberados. Retenção de eleitor não foi confirmada”, destacou Adiel. Ele também mencionou um áudio vazado na audiência, onde Silvinei discute a operação, sugerindo que a fiscalização estava em linha com a estratégia política da época.

Desdobramentos nas audiências

As audiências no STF, nas quais Adiel foi ouvido, estão relacionadas à investigação sobre a suposta atuação de figuras influentes nas eleições de 2022. Embora a condução das audiências esteja a cargo do juiz auxiliar Rafael Henrique Tamai Rocha, o papel do ministrado Alexandre de Moraes tem sido fundamental, especialmente nas etapas que envolvem questões mais sensíveis, incluindo as ações diretamente relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de Adiel, outras testemunhas estão sendo ouvidas, com uma agenda que se estende até julho. Algumas nominações sugeridas foram barradas por Moraes, incluindo as dos filhos do ex-presidente, Carlos e Eduardo Bolsonaro, que enfrentam investigações por diversos crimes.

Expectativas futuras

Os próximos passos do processo ainda estão sendo definidos, e as oitivas das testemunhas continuarão nas próximas semanas, podendo ser acompanhadas pela imprensa. As informações que surgirem dessas audiências podem ter um impacto significativo não apenas na investigação em curso, mas também na percepção pública sobre a legitimidade das eleições de 2022 no Brasil.

A participação de autoridades e ex-funcionários da PRF, como Adiel, torna-se cada vez mais crucial para elucidar como as operações da corporação se conectam com os eventos políticos do ano passado. O resultado das investigações pode abrir novos caminhos para debates sobre a transparência e a imparcialidade das instituições responsáveis pela segurança pública durante o processo eleitoral.

A investigação em andamento e os desdobramentos futuros não apenas alimentam o cenário político atual, mas também estabelecem um foco em práticas e estratégias que foram utilizadas durante eleições no Brasil. À medida que as audiências prosseguem, a atenção dos cidadãos e da mídia estará voltada para como o STF abordará essas questões em um contexto de crescente polarização política.

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