Brasil, 14 de julho de 2025
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Crise de desnutrição crônica em Nampula afeta crianças

A província de Nampula em Moçambique enfrenta alarmante taxa de desnutrição infantil, mesmo sendo o maior produtor agrícola do país.

A província de Nampula, conhecida como o celeiro agrícola de Moçambique, revela um cenário alarmante: 46,7% das crianças menores de cinco anos apresentam desnutrição crônica. Apesar de ser a principal produtora de alimentos do país, a realidade que permeia a vida das famílias locais é de extrema vulnerabilidade e pobreza, levantando questões críticas sobre a segurança alimentar e os direitos das crianças.

Nampula: o contraste entre produção agrícola e desnutrição

Durante a primeira Conferência Internacional sobre Nutrição e Agronegócios, especialistas e autoridades locais apresentaram dados preocupantes sobre a situação da alimentação infantil na província. Nampula, com uma população de 6,7 milhões de habitantes, lidera as estatísticas de desnutrição crônica em Moçambique, com 46,7% das crianças afetadas. Essa condição pode resultar em graves problemas de saúde, como raquitismo e deficiências cognitivas, que podem comprometer o futuro das crianças.

Em sua homilia durante a celebração de 75 anos da Paróquia do Imaculado Coração de Maria de Anchilo, Dom Inácio Saúre, arcebispo de Nampula, expressou sua preocupação em relação a esta situação. “A desnutrição crônica leva facilmente a criança àquilo que em português se chama raquitismo. É preciso, então, trabalhar para que, de fato, esta situação mude”, afirmou. Sua fala reflete a indignação diante da realidade que afeta os mais vulneráveis da sociedade.

Desafios sociais e a responsabilidade coletiva

Além dos alarmantes índices de desnutrição crônica, a província apresenta também 2,9% de baixo peso ao nascer e 9,1% de desnutrição aguda. Esses dados não apenas retratam uma crise alimentar, mas também evidenciam uma questão de justiça social. Para Dom Inácio, a indiferença diante do sofrimento das crianças é uma violação dos direitos humanos e um dos maiores pecados sociais. Ele destacou a importância da partilha e da solidariedade em tempos de necessidade, enfatizando que “por causa dessas injustiças, há muito descontentamento, há muito mal-estar.”

Frente a essa situação crítica, é imperativo que governos e organizações eclesiais reforcem as estratégias de combate à fome e busquem garantir dignidade e segurança alimentar às crianças de Nampula. O apelo é para que todos façam da partilha um valor central na sociedade moçambicana, inspirando-se no exemplo do Imaculado Coração de Maria como um símbolo de compaixão e esperança.

Perspectivas de ação e esperança para o futuro

A solução para a crise de desnutrição em Nampula requer uma abordagem integrada, que envolva não apenas a produção agrícola, mas também o acesso à alimentação adequada para a população. As autoridades locais e organizações não governamentais devem unir esforços para implementar programas que melhorem a nutrição infantil e fortaleçam a educação alimentar das famílias.

Além disso, é fundamental que haja um diálogo aberto entre as comunidades, o governo e organizações internacionais para que medidas eficazes sejam desenvolvidas e implementadas. A sensibilização sobre a importância da nutrição na infância é essencial para mudar a percepção da população local e promover práticas alimentares saudáveis.

Como resultado, espera-se que a união de esforços possa não apenas reduzir os índices de desnutrição, mas também promover a dignidade e o direito à alimentação adequada, contribuindo assim para um futuro mais próspero para as crianças e suas famílias em Nampula.

Esse cenário requer atenção urgente não só do governo, mas de toda a sociedade. Somente através da parceria e da ação conjunta será possível transformar a amarga realidade que assola Nampula em uma história de superação e esperança para todos seus habitantes.

Para ouvir a reportagem completa, clique no link abaixo:

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