Na última segunda-feira, o renomado jornal americano The New York Times publicou um artigo do advogado-geral da União, Jorge Messias, onde ele aborda as tarifas de 50% anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Messias ressalta a importância das relações diplomáticas entre Brasil e EUA, afirmando que “Brasil e Estados Unidos podem fazer melhor”.
O impacto das tarifas e a posição do Brasil
No artigo, Messias destaca as consequências do tarifaço anunciado por Trump e defende que o Brasil continuará a buscar um aprofundamento na cooperação com os Estados Unidos. “O mundo está assistindo. Escolhamos o engajamento em vez da escalada, a parceria em vez da provocação e os nossos valores duradouros em vez da arbitrariedade”, escreveu ele. O advogado-geral enfatizou que o Brasil está comprometido em defender sua soberania, integridade do sistema legal e os interesses do povo brasileiro.
Messias também manifestou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está focado em manter um relacionamento “construtivo e pragmático” com os EUA. Ele argumenta que as diferenças entre os dois países devem ser tratadas por meio do diálogo e do respeito mútuo, e não por ameaças ou medidas punitivas que possam agravar as tensões.
Rebatendo as acusções de Trump
No artigo, Messias faz um contraponto às alegações de Trump, que anunciou as tarifas em resposta a um julgamento envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ao contrário do que afirmou Trump, o advogado-geral destaca que os Estados Unidos, de fato, mantêm um superávit nas trocas comerciais com o Brasil.
Messias também critica a tentativa de Trump de associar sua decisão às questões judiciais envolvendo o Brasil, afirmando que “o governo brasileiro rejeita categoricamente quaisquer esforços de terceiros para interferir em nossos processos judiciais”. Ele destaca que não cabe a nenhum governo estrangeiro ditar como o Brasil deve administrar a justiça em seu território, afirmando que a defesa da legalidade e da autonomia das instituições é fundamental para a democracia brasileira.
Liberdade de expressão e regulamentação
O advogado-geral ainda abordou as alegações de Trump sobre a suposta censura e ataque à liberdade de expressão no Brasil, classificando-as como “infundadas”. Messias reafirma que, enquanto o direito à liberdade de expressão é protegido no Brasil, ele deve ser exercido de forma responsável e não pode ser usado como justificativa para incitar violência ou fraude.
Ele faz referência a uma recente decisão do Supremo Tribunal Federal, que responsabiliza as redes sociais pela supervisão do conteúdo que circula em suas plataformas. “Todas as empresas, nacionais e estrangeiras que operam no Brasil estão sujeitas às nossas leis, assim como as empresas brasileiras cumprem as regulamentações dos EUA quando operam nos Estados Unidos”, destaca Messias.
O artigo publicado por Jorge Messias no The New York Times traz à tona as complexidades das relações entre Brasil e Estados Unidos, ressaltando a necessidade de diálogo construtivo em um momento de tensões. A postura do advogado-geral da União indica um desejo de fortalecer os laços entre os países, ao mesmo tempo em que defende a soberania e os interesses nacionais.
Com um chamado ao engajamento e à parceria, Messias encerra seu artigo com a esperança de que ambos os países possam superar as dificuldades atuais e encontrar um caminho mais colaborativo, essencial para o desenvolvimento mútuo e a estabilidade nas relações internacionais.
Para mais detalhes, você pode acessar o artigo original no The New York Times aqui.