O Papa Leão XIV faz um apelo à transformação nas relações e na mentalidade da Igreja, por meio da sinodalidade, ao anunciar os três anos de implementação do Sínodo que levará à Assembleia Eclesial de 2028. Esta é uma oportunidade única para uma conversão espiritual e eclesial, permitindo que todos, juntos, pratiquem a união e a escuta. Ao longo do processo, a Igreja procura fomentar um diálogo aberto e capaz de gerar novas experiências e formas de ação.
A hora da transformação e a decisão sinodal
No encontro recente com bispos italianos, o Papa enfatizou que a sinodalidade deve ser uma mentalidade profunda, integrada ao comportamento e aos processos decisórios da Igreja. Ele pediu que os líderes e fiéis olhassem para o futuro com serenidade e coragem, desafiando-os a abraçar mudanças essenciais para o crescimento espiritual coletivo. Contudo, há uma pergunta que paira no ar: a Igreja conseguirá transformar o Sínodo em uma real oportunidade de mudança?
Entre 2021 e 2024, milhões de pessoas ao redor do globo se uniram para debater sobre uma Igreja mais sinodal, com foco na participação, comunhão e missão. Os resultados desse trabalho culminaram em um Documento Final (DF), publicado em outubro de 2024, que sintetiza as reflexões de 368 participantes, incluindo 272 bispos e mais de 50 mulheres. A palavra-chave identificada foi “conversão”, que se traduz em novos modos de relacionamento e em normas mais inclusivas e justas dentro da Igreja.
Uma nova abordagem: caminhar juntos e criar oportunidades
Para apoiar a transição para uma Igreja sinodal, a Secretaria Geral do Sínodo divulgou um documento intitulado “Pistas para a fase de implementação do Sínodo”. Esse material busca facilitar o diálogo e o caminhar conjunto entre as comunidades religiosas. O texto instrui que crescer como uma Igreja sinodal é um aprendizado que surge da experiência compartilhada e é essencial para encontrar o Senhor.
Essencialmente, a implementação visa experimentar práticas inovadoras que promovam a sinodalidade, com criatividade e intercâmbio de dons entre os membros da Igreja. As equipes sinodais desempenharão um papel fundamental neste processo, servindo como motor para a animação da vida sinodal nas comunidades, promovendo um dinamismo coletivo que refletirá as dinâmicas do próprio Povo de Deus.
Responsabilidade e prática sinodal
O modelo de liderança necessitará de uma adaptação, segundo o que a Secretaria Geral do Sínodo destacou: “O bispo diocesano é o primeiro responsável pela fase de implementação em cada Igreja local”. Essa nova abordagem requer que os bispos pratiquem a autoridade de forma colaborativa e sinodal, engajando todos os membros da comunidade na construção de uma Europa e Igreja mais unida e inclusiva.
Assim, o papel das equipas sinodais será essencial para a dinâmica do processo, promovendo também o amadurecimento das relações. O documento sublinha a necessidade de que essas equipes sejam formadas de maneira diversificada, proporcionando um espaço de experimentação e aprendizado conjunto que se reflita na vivência da sinodalidade.
Discernimento eclesial: o método sinodal
A implementação do Sínodo requer um método de “discernimento eclesial”, cuja eficácia depende de uma clara definição de objetivos e da preparação adequada dos participantes. Um ambiente propício à oração e à escuta é vital, além de facilitadores que guiem as discussões de forma a maximizar a possibilidade de diálogo e entendimento.
O conceito de “Conversação no Espírito” é mencionado como uma prática-chave que auxiliará não só no crescimento das relações, mas também na transformação do “eu” em “nós”. Essa troca é fundamental para que os fiéis se sintam parte do processo e contribuam efetivamente para a missão sinodal.
Traçando o caminho rumo a 2028
O documento “Pistas para a fase de implementação do Sínodo” também delineia os passos a serem seguidos até a Assembleia Eclesial de 2028, conforme proposto pelo Papa Francisco. Esse percurso inclui etapas de avaliação que ocorrerão entre 2025 e 2027, com assembleias tanto nas dioceses quanto em conferências episcopais e, finalmente, a celebração culminante em Roma em outubro de 2028.
A criação de novos grupos de estudo também foi anunciada, enfocando temas como a liturgia sob a perspectiva sinodal. Este encaminhamento demonstra a determinação do Papa Leão XIV em dar continuidade ao movimento sinodal e garantir que as diretrizes do Documento Final do Sínodo sejam efetivamente incorporadas à vida da Igreja.
Portanto, esse período representa uma fase crucial, tanto para a Igreja quanto para os fiéis, uma vez que propõe uma transformação completa nas maneiras de interagir, trabalhar e adorar. Avançando juntos, sob a liderança inspirada do Papa Leão XIV, a Igreja se prepara para um futuro mais justo e sinodal, reafirmando sua missão de unidade e acolhimento.
Laudetur Iesus Christus