O Brasil tem registrado um número crescente de indivíduos com superdotação, totalizando 5,1 mil pessoas identificadas pela Mensa Brasil. Desses, 2 mil são crianças e adolescentes, enquanto 3,1 mil são adultos. Este levantamento posiciona o Brasil na sexta posição global em reconhecimento de superdotados, junto com o Japão.
Detalhes sobre os testes da Mensa Brasil
A Mensa, reconhecida como a principal organização mundial para pessoas com altas habilidades, está com inscrições abertas para testes coletivos, marcados para o dia 26 de julho em Brasília. Esses testes têm como objetivo identificar pessoas com quociente de inteligência (QI) superior a 130, permitindo uma melhor inclusão e atenção educacional para essa população.
As inscrições podem ser feitas através do site da Mensa e os aprovados receberão informações sobre o local e horário da prova após se inscreverem. Podem participar todos aqueles com 17 anos ou mais que estejam cursando ou tenham completado o ensino superior, mesmo que não tenham finalizado a graduação.
Os exames são feitos de maneira presencial, com supervisão de um profissional de psicologia, garantindo a validade e precisão dos resultados obtidos.
Importância da identificação de superdotados
Carlos Eduardo Fonseca, presidente da Mensa Brasil, alerta que a maioria das políticas públicas voltadas para a superdotação e a educação inclusiva ainda são insuficientes. “Se cerca de 5% da população é superdotada e menos de 39 mil recebem atendimento na educação escolar, isso revela uma falha significativa em identificar essas crianças e jovens”, afirma Fonseca.
A falta de reconhecimento e suporte pode resultar em desafios para esses indivíduos. A neuropsicopedagoga Olzeni Ribeiro explica que a superdotação envolve uma intensa atividade metabólica cerebral, que se traduz em um processamento de informações mais rápido. “A superdotação é uma condição do neurodesenvolvimento, onde não só a inteligência está em jogo, mas também a capacidade de aprendizado”, destaca.
Características e desafios da superdotação
Embora muitos associem a superdotação apenas ao QI elevado, a realidade é mais complexa. Segundo Olzeni, não existem padrões fixos ou um único traço que define um superdotado. Algumas características comuns incluem distúrbios do sono, intensidade elevada em experiências sensoriais, um forte senso de justiça, e uma tendência à perfeição e autocobrança.
Essas particularidades podem apresentar desafios significativos, tanto para superdotados quanto para suas famílias. O que pode parecer uma mera curiosidade intelectual pode esconder dificuldades emocionais e sociais. Muitas vezes, os superdotados enfrentam frustrações em ambientes que não compreendem suas necessidades e habilidades.
Ranking global de superdotados
O levantamento da Mensa Brasil não apenas destaca a quantidade de superdotados no Brasil, mas também coloca o país entre os principais do mundo. Confira os seis países com maior número de superdotados identificados, segundo a Mensa:
- Estados Unidos: 43 mil
- Grã-Bretanha: 17 mil
- Alemanha: 16 mil
- Suécia: 7,2 mil
- República Tcheca: 6 mil
- Brasil e Japão: 5,1 mil cada
Como lidar com a superdotação
Para aqueles que suspeitam que possam ser superdotados, é importante observar os indícios precoces que podem sinalizar essa condição. Ao contrário do que muitos pensam, a superdotação não é apenas uma questão de ter um alto QI, mas sim uma combinação complexa de habilidades e atributos que podem variar amplamente entre os indivíduos.
Com a realização desses testes, a expectativa é que um maior número de pessoas possa ser reconhecido e receber o suporte necessário para desenvolver seu potencial completo e contribuir com a sociedade.
Para mais informações e para realizar sua inscrição nos testes, acesse o site da Mensa Brasil e faça parte dessa importante iniciativa.