No lançamento de “Superman” nos cinemas em 11 de julho, a polêmica sobre as representações do herói aumentou após comentários de James Gunn que o descrevem como um “imigrante”. A declaração gerou uma forte reação da ala conservadora, que classifica o filme como “woke”, termo usado para denunciar supostos avanços ideológicos na cultura pop.
Superman como símbolo de esperança e diversidade
Em entrevista ao The Sunday Times, Gunn afirmou que “Superman é a história da América, de um imigrante que veio de outros lugares e construiu uma nova vida”. Para ele, a narrativa reforça valores de gentileza e solidariedade, considerados essenciais na atualidade. No entanto, tais declarações foram interpretadas por alguns setores como uma tendência progressista demais, o que os motivou a criticar duramente a produção.
Reações de figuras conservadoras e comentaristas de direita
Contribuintes do Fox News, como Kellyanne Conway, afirmaram que “não vamos ao cinema para sermos ensinados ou receber ideologia”. Jesse Watters também se manifestou, criticando a caracterização de Superman como um imigrante, fazendo referências polêmicas ao gangue MS-13. Já Ben Shapiro defendeu que o herói representa valores americanos ao assimilar-se às tradições do país.
Dean Cain, ator que interpretou Superman na década de 1990 na série “Lois & Clark”, questionou a mudança na narrativa, perguntando: “Até que ponto Hollywood vai deixar o Superman “woke”?”. Para ele, há uma preocupação sobre a transformação de personagens clássicos para se adequarem aos tempos atuais, inclusive com exemplos do universo Disney e adaptações tradicionais.
Debate sobre a origem de Superman e o contexto social
Curiosamente, cenas de filmes e séries antigas, como “Smallville” e “Lois & Clark”, já abordaram temas de imigração de forma natural. Um episódio de “Smallville” mostrou Clark Kent se considerando “um imigrante ilegal”, colocando em evidência que a questão da imigração sempre esteve presente na história do herói.
A visão de quem defende a mensagem de Gunn
Para muitos fãs e analistas, a ideia de Superman como símbolo de compaixão e inclusão é uma evolução positiva, sobretudo em tempos de polarização social. A defesa aponta que o personagem sempre incorporou valores de justiça e empatia, atributos que não deveriam ser considerados “woke”, mas sim essenciais à sociedade moderna.
O impacto do debate na cultura pop e na sociedade
Segundo especialistas, a acusação de “woke” às produções é uma reação à transformação dos conteúdos culturais diante de uma sociedade mais plural. A narrativa de Gunn, ao destacar a imigração como uma metáfora de esperança, enfrenta resistência de quem insiste em manter uma visão mais tradicional dos heróis.
Entretanto, o debate mostra que a resistência às mudanças está relacionada a uma crise de identidade cultural, onde personagens como Superman continuam sendo símbolos de valores universais, que podem evoluir sem perder sua essência.
Reações na internet e opinião pública
A repercussão nas redes sociais é marcada por opiniões diversas. Uma usuária do X afirmou que “quem se incomoda com atos de bondade é mau”, reforçando que a mensagem do filme é a de transmitir gentileza. Em contrapartida, outros continuam a defender que o filme “não é woke” e que a resistência é uma forma de manter privilégios.
Ao final, o episódio evidencia que o conflito ideológico está presente na cultura pop, e que heróis como Superman continuam a ser palco de debates sobre valores e representatividade na sociedade brasileira e mundial.