Brasil, 14 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Ração contaminada provoca morte de 245 cavalos em quatro estados

O Ministério da Agricultura confirma que ração contaminada matou 245 cavalos no Brasil; riscos à saúde animal são alarmantes.

Uma tragédia envolvendo a morte de 245 cavalos em quatro estados brasileiros abalou criadores e amantes de equinos. A causa foi a ingestão de ração contaminada, conforme comunicado do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgado neste domingo (13/7). As investigações apontam a presença de monocrotalina, uma substância tóxica até então não registrada em ração para equinos, levando a uma série de mortes que levantou um sinal de alerta sobre a segurança alimentar animal no Brasil.

A gravidade da situação

O laudo dos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) confirmou a contaminação da ração fornecida pela empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda. O problema surgiu após a descoberta de restos de plantas do gênero crotalaria, que geram a monocrotalina, na matéria-prima utilizada nas rações. A primeira denúncia contra a empresa foi recebida em 26 de maio, e desde então, o número de mortes só tem aumentado, especialmente em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas.

“Em todas as propriedades investigadas, os equinos que adoeceram ou faleceram consumiram produtos da empresa. Por outro lado, os animais que não ingeriram as rações permaneceram saudáveis”, informou o Mapa, destacando a necessidade urgente de investigar e mitigar os riscos associados à segurança da alimentação animal.

Medidas tomadas pelo governo

Diante da gravidade do caso, o Ministério da Agricultura iniciou um processo administrativo para investigar a situação e aplicou sanções à Nutratta. Como parte da ação, foi lavrado um auto de infração e determinada a suspensão cautelar da fabricação e comercialização de rações para equinos. Inicialmente, a proibição abrangia apenas este tipo de ração, mas posteriormente se estendeu a produtos destinados a todas as espécies animais.

Embora a empresa tenha obtido uma autorização judicial para retomar a produção de rações não destinadas a equinos, o ministério recorreu à decisão, enfatizando os riscos à saúde animal envolvidos. Esta situação colocou em evidência a necessidade de um sistema de fiscalização mais rigoroso para garantir a segurança alimentar animal no Brasil.

Cavalos de alto valor financeiro entre as vítimas

Entre os cavalos que perderam suas vidas, alguns possuem um valor financeiro significativo. Um dos casos mais impactantes foi o do garanhão mangalarga marchador Quantum de Alcatéia, estimado em R$ 12 milhões, além de lucros cessantes que poderiam alcançar quase R$ 30 milhões ao longo de 10 anos. A advogada Maria Alessandra Agaruss também relatou que outros animais campeões e cavalos “comuns” foram afetados, destacando a amplitude do desastre.

Os sintomas apresentados pelos cavalos contaminados são alarmantes e incluem desorientação, alterações de comportamento e dificuldades de locomoção. Além disso, os animais frequentemente perdem o apetite e apresentam sinais de prostração.

A importância da vigilância e prevenção

Este trágico incidente ilustra a urgência de melhorias nas práticas de controle e fiscalização da qualidade das rações destinadas aos animais. A segurança alimentar animal deve ser uma prioridade não apenas para proteger a saúde e bem-estar dos equinos, mas também para assegurar a confiança dos criadores e consumidores no setor agropecuário brasileiro.

Ademais, é fundamental que os criadores estejam atentos à origem e à procedência dos produtos que oferecem a seus animais. A conscientização sobre a importância de uma alimentação segura e a detecção precoce de contaminantes podem evitar futuras tragédias como esta.

À medida que as investigações continuam, a esperança é que lições sejam aprendidas e que medidas rigorosas sejam implementadas para proteger a saúde dos animais e garantir a integridade das práticas agropecuárias no Brasil. O Ministério da Agricultura deve continuar a acompanhar a situação de perto, e passos significativos precisam ser dados para que situações como esta não voltem a acontecer.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes