A morte brutal de Guilherme Araujo Cabral Alvarelo, de 21 anos, após ser espancado por um grupo de homens no Piquetão Rodeio Festival, realizado em Piquete (SP), ainda não teve comentários públicos por parte da cantora Ana Castela, que se apresentava no palco no momento da violência. O caso, que chocou a cidade e ganhou repercussão em todo o Brasil, levanta questões sobre segurança em eventos desse tipo e a responsabilidade dos artistas em momentos de crise.
Silêncio da equipe de Ana Castela gera questionamentos
A equipe da artista foi procurada pela reportagem do Portal iG desde a última quinta-feira (10). Após a primeira tentativa de contato, novos esforços foram feitos ao longo do fim de semana, mas, na manhã deste domingo (13), a assessoria respondeu apenas: “Não tenho retorno sobre o ocorrido. Estou no aguardo”. O texto continuará a ser atualizado, caso haja uma manifestação oficial por parte da cantora.
Relembre o caso
A agressão aconteceu na madrugada do dia 6 de julho, fora da arena principal do evento. Imagens que rapidamente se espalharam pelas redes sociais mostram Guilherme sendo arrastado e violentamente agredido com chutes e socos perto dos banheiros da Praça Duque de Caxias, no centro da cidade. Ele foi socorrido em estado gravíssimo e teve a morte encefálica confirmada na Santa Casa de Lorena no dia seguinte.
Investigação em andamento
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso foi registrado como lesão corporal e está sob investigação na Delegacia de Lorena. Até o momento, nenhum suspeito foi preso. A indignação da população em relação à violência que culminou na morte de um jovem gerou debates sobre a segurança em eventos que atraem grandes públicos.
Repercussão em Piquete e responsabilidades
O prefeito Rômulo Kazimierz Luszczynski (PSD), conhecido como Rominho, responsabilizou “grupos da cidade vizinha”, Lorena, localizada a 19 quilômetros de distância de Piquete, pela violência. Em entrevista, ele declarou que “eram dois grupos da cidade de Lorena, não é de Piquete. Lorena encontrando com Lorena lá e estragando nossa festa”. Além disso, o prefeito destacou a situação de violência em Lorena, afirmando: “Em Lorena, morre um por semana”.
Segundo dados da SSP-SP, foram registrados 20 homicídios dolosos em Lorena em 2024 e 11 em 2025, enquanto em Piquete houve apenas um caso em 2024 e nenhum neste ano. O prefeito também informou que o município contava com segurança privada, apoio da Polícia Militar, Rodoviária Federal e bombeiros civis. Segundo ele, o episódio representou a única ocorrência grave registrada entre os mais de 100 mil visitantes do festival, ressaltando a necessidade de melhoria nos protocolos de segurança.
Medidas de segurança e luto na cidade
O prefeito prometeu reforçar a estrutura de segurança em futuras edições do evento, com a instalação de câmeras de monitoramento em pontos estratégicos da cidade. Em nota oficial, a Prefeitura de Piquete lamentou a morte de Guilherme e confirmou que o jovem foi atendido inicialmente pela equipe de primeiros socorros do evento, sendo depois levado ao Hospital Municipal e transferido à Santa Casa de Lorena. A administração municipal expressou que o episódio “toca toda a cidade”.
Apesar das medidas de segurança e controle de acesso, o grupo agressor conseguiu agir na parte externa do recinto principal do evento, e a motivação do crime ainda não foi esclarecida. Enquanto isso, a repercussão do caso continua a crescer nas redes sociais, gerando pressão por respostas e um posicionamento da cantora Ana Castela, que, até o momento da publicação deste artigo, não havia se pronunciado sobre o episódio.
O silêncio da artista em um momento tão delicado levanta discussões sobre a responsabilidade dos ídolos e suas equipes em relação a tragédias que ocorrem em seus shows. A expectativa é de que Ana Castela se manifeste e possa oferecer algum consolo à família de Guilherme, bem como esclarecer quaisquer questões que possam ter surgido em meio à sua apresentação.