Brasil, 13 de julho de 2025
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Influenciadores digitais geram polêmica ao listar requisitos para morar em Santa Catarina

Casal defende conservadorismo e exclui defensores de ideologia 'woke' em vídeo que gera controvérsia nas redes sociais.

Um casal de influenciadores digitais, Jenifer e Cleiton Stainzack, está no centro de uma intensa polêmica nas redes sociais após a publicação de um vídeo onde listam requisitos que, segundo eles, são necessários para morar em Santa Catarina. A dupla, conhecida por suas postagens em defesa do conservadorismo, afirmou que o estado não acolhe pessoas que defendem a “agenda woke”, ideologia de gênero e assistencialismo estatal.

O vídeo e as declarações controversas

No vídeo, que rapidamente se espalhou pelas redes sociais, Jenifer e Cleiton afirmam que Santa Catarina se tornou o principal destino migratório dos brasileiros, superando São Paulo, conforme dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE. No entanto, o casal revela o que considera as “quatro verdades” do estado: os catarinenses são mais sérios e trabalhadores, odeiam preguiça, têm orgulho da cultura local e são conservadores.

“Tem gente que, sinceramente, nunca deveria ter vindo [para Santa Catarina]”, afirmou Jenifer. “A gente odeia preguiça e serviço mal feito. Pontualidade, responsabilidade e qualidade vêm em primeiro lugar”, completou.

Cleiton reforçou que aqueles que chegarem com uma atitude negativa, ou como ele descreveu, “jeitinho ou corpo mole”, devem reconsiderar a mudança, sugerindo que Santa Catarina é “terra de quem trabalha de verdade”.

Conservadorismo e a ‘agenda woke’

Jenifer defendeu que Santa Catarina é um estado conservador nos valores e costumes, afirmando que “a esquerda nunca governou” e que essa característica contribui para um estado “firme, seguro e produtivo”. No entanto, a inclusão de um ponto de vista tão crítico em relação a determinados ideais levou a uma onda de reações negativas na internet.

Ao final do vídeo, o casal fez uma clara distinção: pessoas que vêm de estados que, segundo eles, “foram destruídos pela esquerda” e desejam recomeçar com “trabalho e dignidade” são bem-vindas, mas aqueles que defendem a “agenda woke, ideologia de gênero e assistencialismo estatal” deveriam ficar onde estão. Jenifer finalizou sua declaração afirmando: “Se você vem com agenda woke, faz um favor para todos nós e fica onde está”.

A repercussão negativa e as críticas ao casal

A reação do público não foi a esperada, e o casal imediatamente se deparou com uma chuva de críticas. Muitos internautas consideraram o discurso elitista e excludente, resultando na restrição de comentários nas postagens do casal no Instagram. A controvérsia rapidamente ganhou proporções maiores e se tornou um tema em diversos grupos de discussão na internet.

O próprio Cleiton e Jenifer, em meio à polêmica, vieram a público para esclarecer algumas questões sobre suas vidas pessoais. Jenifer admitiu ter recebido auxílio emergencial do governo federal em 2020 e 2021, quando estava recém-divorciada e enfrentando dificuldades financeiras. O casal, que surgia como porta-vozes do trabalho duro e da moral conservadora, se viu em uma posição contraditória após essa revelação.

“Eu precisei desse auxílio, não tenho vergonha de dizer. Graças a Deus, foi isso que pagou minha comida, foi isso que pagou minhas contas quando eu estava sozinha com meu filho em casa, separada, divorciada”, declarou ela.

Reflexões sobre o discurso dos influenciadores

A situação levantou questões profundas sobre a hipocrisia inerente ao discurso de alguns influenciadores digitais que pregam valores conservadores enquanto, em momentos de necessidade, recorrem aos mesmos auxílios que criticam. Este episódio não é apenas uma questão de olhar para Santa Catarina e suas características sociais, mas uma reflexão sobre a inclusão, a empatia e a aceitação de diferentes formas de viver a sociedade, longe de rótulos e divisões.

O debate gerado pelas declarações do casal Stainzack, marcada pela polarização muito comum nas redes sociais, ainda repercute e convida à reflexão sobre o que é ser parte de uma comunidade. Afinal, enquanto o estado se mostra acolhedor para muitos, é importante lembrar que a diversidade de opiniões, crenças e modos de vida enriquece a cultura local e nacional.

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