Brasil, 13 de julho de 2025
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Decreto sobre lei de reciprocidade econômica será publicado até terça

Governo federal deve regulamentar lei que permite medidas contra tarifas dos EUA, afetando a economia brasileira.

O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou, após a inauguração do viaduto de Francisco Morato, em São Paulo, que o governo federal publicará até terça-feira (15) um decreto que regulamenta a lei de reciprocidade econômica. Essa medida permitirá ao Brasil adotar respostas proporcionais às tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos.

Reciprocidade econômica: um passo importante

Durante sua fala, Alckmin destacou a importância da lei de reciprocidade, que foi aprovada pelo Congresso Nacional, ressaltando que a nova norma estabelece que “o que tarifar lá, tarifa aqui”. Essa legislação é crucial, não apenas para questões tarifárias, mas também para ações não tarifárias e para que o Brasil possa defENDER sua economia de práticas comerciais desleais implantadas por outros países.

“A regulamentação, que é por decreto, deve estar saindo amanhã ou terça-feira”, afirmou Alckmin.

O vice-presidente reforçou que o governo está empenhado em reverter a imposição das tarifas, que considera “inadequada”, e que planeja acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) para discutir o assunto. Um grupo de trabalho foi criado para analisar alternativas de negociação e possíveis retaliações, e o governo buscará ouvir a opinião do setor privado para entender os impactos que essa medida terá na economia brasileira.

Entendendo a lei da reciprocidade econômica

A lei da reciprocidade econômica, sancionada pelo presidente Lula, tem como objetivo permitir que o Brasil adote medidas que contrabalançam ações unilaterais de outros países que prejudiquem a economia nacional. A legislação foi aprovada em resposta às sobretaxas aplicadas por Donald Trump, que impôs tarifas de 10% sobre produtos brasileiros e de 25% sobre aço e alumínio.

Medidas permitidas pela nova legislação

  • Impostos adicionais: O Brasil pode aplicar impostos extras sobre importações de produtos norte-americanos.
  • Suspensão de concessões: É possível suspender concessões comerciais e contratos de investimento que envolvam os EUA.
  • Alterações em propriedade intelectual: O Brasil pode suspender obrigações relacionadas à propriedade intelectual dos EUA.
  • Consultas diplomáticas: Antes da adoção de medidas mais severas, consultas diplomáticas devem ser realizadas.

Impacto do tarifaço para o Brasil

Desde a segunda-feira (7), Trump começou a notificar países sobre a aplicação de tarifas unilaterais, taxando 24 naciones, com o Brasil sendo afetado com a mais alta taxa de 50%. O governo brasileiro já se posicionou contrariamente, defendendo a soberania do país e se mostrando aberto ao diálogo.

A aplicação dessas tarifas pode ter um impacto significativo em vários setores da economia brasileira, especialmente na agricultura e na indústria. Dados indicam que cerca de 12% das exportações brasileiras têm como destino os Estados Unidos, sendo que os principais produtos exportados incluem petróleo bruto, ferro, aço, celulose, café, suco de laranja, carne bovina, além de aeronaves e máquinas.

Caso não haja um acordo até o dia 1º de agosto, o presidente Lula não descartou a aplicação do princípio da reciprocidade, previsto na nova lei.

Lista das tarifas impostas

A seguir, veja a lista de países afetados pelo tarifaço e as porcentagens de taxa aplicadas:

  1. Brasil: 50%
  2. Laos: 40%
  3. Myanmar: 40%
  4. Camboja: 36%
  5. Tailândia: 36%
  6. Bangladesh: 35%
  7. Sérvia: 35%
  8. Indonésia: 32%
  9. África do Sul: 30%
  10. Argélia: 30%
  11. Bósnia e Herzegovina: 30%
  12. Iraque: 30%
  13. Líbia: 30%
  14. México: 30%
  15. União Europeia: 30%
  16. Sri Lanka: 30%
  17. Brunei: 25%
  18. Cazaquistão: 25%
  19. Coreia do Sul: 25%
  20. Japão: 25%
  21. Malásia: 25%
  22. Moldávia: 25%
  23. Tunísia: 25%
  24. Filipinas: 20%

* todas as tarifas entram em vigor a partir de 1º de agosto.

A situação requer atenção e mobilização do governo brasileiro, que deverá agir rapidamente para proteger sua economia e buscar soluções que revertam essa tensão comercial com os Estados Unidos.

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