A Casa Branca se manifestou nesta sexta-feira (27) após a disseminação de memes que geraram controvérsia nas redes sociais, incluindo uma montagem fictícia de Donald Trump como Superman e uma postagem com humor sobre o deputado Jimmy Gomez. As publicações geraram reações variadas, de apoio a críticas severas à postura da administração.
Reação oficial às memes e interpretações das redes sociais
No sábado, nas plataformas oficiais do governo, um comunicado afirmou: “Agora, em nenhum lugar na Constituição diz-se que não podemos postar memes ‘banger’”. A mensagem foi acompanhada por uma imagem de um quadro de avisos com a frase: “OMG, o que a Casa Branca realmente postou?”. O posicionamento provocou debates nas redes, com usuários argumentando que as publicações demonstram “como essa gestão é despreparada”.
Além disso, a Casa Branca publicou uma montagem criada com inteligência artificial de Jimmy Gomez, criticando uma operação do ICE, rotulando o deputado de “cryin’ Jimmy” — “gaguejando” ou “choramingando Jimmy”. A postagem recebeu diversas críticas, incluindo uma pergunta sobre a adequação do conteúdo por parte da conta oficial.
Memes envolvendo Trump e o novo filme do Superman
Na noite de quinta-feira, a equipe de mídias sociais do governo gerou polêmica ao substituir o ator David Corenswet — que interpreta Superman no próximo filme do personagem — por uma imagem de Donald Trump na mesma pose. O pôster alternativo trazia as palavras: “Um filme de James Gunn” no topo e, no lugar do título original, “Um mandato de Trump”, com a frase “Verdade. Justiça. O jeito americano”. A legenda associada descrevia Trump como um “símbolo de esperança”.
O meme foi interpretado como uma tentativa de associação do governo com elementos da cultura pop, numa época marcada por temas relativos às políticas migratórias da administração Trump, que vêm intensificando ações de ICE, especialmente na Flórida e Califórnia. A repercussão gerou tanto críticas quanto zombarias, em meio a debates sobre o uso de recursos de comunicação do governo para questões de cultura e política.
Controvérsia sobre a origem do Superman e o debate político
Declarações de James Gunn e reações conservadoras
O diretor do filme, James Gunn, alimentou o debate ao afirmar que Superman representa um imigrante, destacando que o personagem foi criado como uma história de esperança e solidariedade. Para ele, a figura do herói reflete valores de gentileza e inclusão, o que enfureceu setores conservadores nos Estados Unidos. Segundo Gunn, “Superman é a história da América, um imigrante que veio de outro planeta”.
Esse posicionamento gerou reação adversa de figuras de orientação conservadora, como Ben Shapiro, que afirmou que “Superman ficou ‘woke’” — uma expressão que indica uma suposta politização excessiva — e Kellyanne Conway, ex-asesora de Trump, que criticou a abordagem como uma introdução de ideologias em produções de entretenimento.
Ator Dean Cain, que interpretou Superman na série dos anos 1990, também manifestou sua opinião contrária ao comentário de Gunn, alegando que a declaração foi uma “bobagem” e poderia prejudicar o sucesso do filme.
Perspectivas futuras e impacto político
O episódio demonstra como o uso de memes, figuras públicas e símbolos culturais continuam a ser arenas de disputa política nos Estados Unidos. A reação da Casa Branca refletiu uma tentativa de manter o tom irreverente, ao mesmo tempo em que testemunhou o impacto das discussões sobre imigração, cultura e valores nacionais no debate público.
Espera-se que no decorrer das próximas semanas haja novas manifestações do governo e dos setores mais conservadores, enquanto o filme de Gunn entra em cartaz e as ações de política migratória continuam a ser tema de debates acalorados na legislatura americana.