A implementação de tarifas pelos Estados Unidos está gerando grande apreensão no setor de carne bovina brasileira. Segundo produtores e exportadores, o risco de desvalorizações e queda na liquidez pode prejudicar toda a cadeia, do criador ao frigorífico.
Impacto das tarifas dos EUA na carne brasileira
A ameaça de tarifas elevadas por parte de Washington colocou o mercado externo em alerta. “O risco é grande e imediato. Quando encarecemos produtos brasileiros, sobra carne que precisa ser redirecionada e nem sempre para mercados que pagam bem”, afirmou um produtor rural ao jornal. A possibilidade de queda na arroba do boi é vista como uma reação natural do mercado frente à ameaça de aumento de custos.
De acordo com dados do Cepea, após o anúncio das tarifas, houve retração na liquidez e uma redução no preço da arroba, refletindo a incerteza que paira sobre o setor. “O cenário exige prudência, e os frigoríficos estão diminuindo o ritmo de negociação”, explica uma fonte ligada ao setor.
Reações políticas e estratégias do setor
O governo brasileiro tem buscado diálogo com os Estados Unidos, com representantes como o ministro da Agricultura e o Itamaraty atuando na abertura de mercados e na negociação de barreiras comerciais. “O presidente Lula está buscando essa interlocução, pois o papel do governo é estratégico neste momento”, destaca um assessor do ministério.
Entre os líderes políticos, há um consenso de que a prioridade é proteger o setor produtivo e evitar prejuízos adicionais. “A Câmara está pronta para agir com firmeza em resposta às tarifas”, afirmou Motta, que mantém contato com a equipe do governo.
Desafios na cadeia produtiva e resistência do mercado
O impacto das tarifas vai além das exportações para os EUA, afetando mercados na China, Oriente Médio e o próprio mercado interno. “Os frigoríficos e exportadores estão cautelosos, aguardando o impacto real das medidas”, comenta um analista de mercado.
Para os produtores, o desafio é manter a margem de lucro frente às pressões externas, negociando preços mínimos que cubram seus custos, que estão elevados. “Precisamos de segurança jurídica e agilidade para abrir novos mercados e reduzir nossa dependência de poucos compradores”, reforça um pecuarista.
Perspectivas futuras e continuidade do diálogo
Especialistas apontam que o governo deve acelerar a atuação junto aos mercados internacionais. “Cada dia de incerteza pesa na conta do produtor, que não pode parar a produção”, afirma uma fonte oficial. A parceria internacional, como a negociações entre EUA e Índia para tarifas menores, pode representar um avanço importante para o setor.
Profissionais do setor enfatizam que o agronegócio brasileiro é estratégico para a economia, respondendo por mais de 23% do PIB e gerando milhões de empregos. “O agro não pode ficar no meio da disputa política; é preciso equilíbrio e estratégia para garantir a estabilidade do mercado”, conclui uma liderança do setor.
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