No primeiro semestre de 2025, o Consórcio Pró-Urbano, responsável pelo transporte público em Ribeirão Preto (SP), enfrentou um aumento alarmante em suas multas, totalizando 2.330 infrações, o que representa um crescimento de 54% em comparação ao mesmo período do ano anterior. As multas, que somaram quase R$ 700 mil, foram aplicadas devido a várias irregularidades no cumprimento do contrato de serviços de transporte, evidenciando problemas que afetam diretamente a qualidade do transporte oferecido à população.
Irregularidades no transporte público
A fiscalização do transporte público na cidade é realizada pela RP Mobi, que identificou várias irregularidades. Entre as principais, destaca-se o desrespeito aos horários, com ônibus passando antes ou depois do previsto, e um tempo excessivo de parada em algumas paradas. Essas falhas têm gerado insatisfação entre os usuários, refletindo a necessidade de um serviço mais eficiente e confiável.
Impacto das multas na administração de transporte
Segundo Guilherme Marçal, diretor de transporte da RP Mobi, a maioria das multas já foi paga pelo consórcio, com os valores sendo revertidos para ações de melhoria no trânsito. Ele ressaltou que motoristas e funcionários do transporte são frequentemente orientados para evitar irregularidades, através de reuniões que discutem feedbacks e reclamações tanto de fiscais quanto da população. “É essencial que tenhamos um diálogo contínuo para melhorar o serviço,” afirmou Marçal.
Aumento das reclamações dos passageiros
Em 2025, a RP Mobi também registrou um aumento de quase 80% nas denúncias de passageiros relacionadas a problemas mecânicos nos ônibus. Marçal atribui essa situação ao uso de ar-condicionado em todos os veículos, o que traz um desgaste diferente ao motor. “Estamos enfrentando um desafio com a nova frota. O ar-condicionado é uma novidade para nós, e isso exige um aperfeiçoamento contínuo da mecânica,” explica o diretor.
Reação do Consórcio Pró-Urbano
Em resposta às questões levantadas, o Consórcio Pró-Urbano declarou estar comprometido em realizar ajustes operacionais necessários o mais rapidamente possível. Além disso, anunciou a ampliação do centro operacional, uma medida que pretende auxiliar na correção dos problemas identificados. A busca pela eficiência é uma prioridade, especialmente considerando que a frota atual de 306 ônibus é nova, tendo sido obtida após um acordo financeiro com a prefeitura.
Acordo financeiro e suas implicações
A relação entre o consórcio e a prefeitura inclui um acordo no valor de R$ 70 milhões, destinado a ajudar o Pró-Urbano a equilibrar suas contas após os prejuízos causados pela pandemia. Em troca desse apoio, o consórcio comprometeu-se a não apenas atualizar a frota, mas também a melhorar a qualidade do serviço prestado à população. No entanto, a quantidade elevada de multas levantou questionamentos sobre a eficácia desse acordo.
A visão dos especialistas sobre a situação
Para Leonardo Terra, especialista em gestão pública, o aumento significativo no número de multas é um indicativo de que os problemas enfrentados pelo transporte vão além das infrações documentadas. “Essas multas refletem a má prestação de serviço. A população merece um transporte de qualidade, e as constantes falhas apontam que isso não está sendo entregue,” disse Terra.
A questão do transporte público em Ribeirão Preto evidencia não apenas os desafios logísticos enfrentados pelos gestores, mas também a necessidade de garantir um serviço que atenda às expectativas de qualidade e pontualidade dos cidadãos. À medida que o ano avança, espera-se que o consórcio tome medidas mais eficazes para resolver as questões pendentes e promova um serviço de transporte que realmente atenda à demanda da população.
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