A Conferência dos Bispos da França (CEF) anunciou nesta semana que recebeu denúncias de doze novas vítimas do falecido padre Capuchino Abbe Pierre, incluindo sete menores na época dos abusos. As acusações reforçam o escândalo que envolve o fundador do movimento Emmaus, renomado por seu trabalho humanitário na França após a Segunda Guerra Mundial.
Novas denúncias e reações da Igreja na França
Segundo um comunicado oficial divulgado em 10 de julho, os bispos disseram estarem “chocados ao receber o depoimento de 12 novas vítimas de Abbe Pierre, incluindo sete menores na época dos fatos”. A nota também garante que “essas pessoas terão todo o apoio da Igreja”, reforçando o compromisso de acolhimento às vítimas.
As acusações do caso, que trouxe à tona denúncias de abuso sexual contra o religioso, causaram impacto mundial no último ano. O próprio movimento Emmaus revelou, em julho de 2024, as primeiras alegações de abuso, com novas denúncias surgindo em setembro do ano passado. As revelações motivaram ainda a mudança de nome da Fundação Abbe Pierre, que anunciou a alteração devido às acusações.
Revelações e ações institucionais
De acordo com fontes oficiais, a Fundação Abbe Pierre anunciou que irá divulgar arquivos históricos sobre o padre “quase seis décadas antes do previsto”, diante do clamor por transparência. Apesar das investigações, a justiça francesa informou que não abrirá procedimentos contra Pierre, que morreu em 2007, devido à ausência de possibilidades de investigação criminal nesse contexto.
“Nosso compromisso é ajudar as vítimas a reconstruir suas vidas após o trauma”, afirmaram os bispos franceses, destacando que o organismo e o movimento Emmaus estão “trabalhando juntos de forma decidida na busca por reparação”.
Perspectivas para o futuro e papel da Igreja
A Igreja na França reforçou sua disposição de colaborar com as vítimas, promovendo um processo de reabilitação e de reparação emocional. Ainda segundo os bispos, o objetivo é criar um ambiente de acolhimento e justiça, apesar das dificuldades e do tempo dilatado desde os fatos.
Enquanto isso, as investigações oficiais permanecem paralisadas, pois o Ministério Público francês optou por não investigar o padre, devido ao seu falecimento. No entanto, a sociedade continua a acompanhar de perto o desdobramento das denúncias e as ações da instituição eclesiástica.
Mais detalhes sobre os desdobramentos podem ser acessados na reportagem completa no site da CNA aqui.
