Brasil, 16 de julho de 2025
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Tarifa de Trump pode impactar economia e o bolso do brasileiro

A guerra comercial entre Brasil e EUA pode elevar o dólar e afetar preços, mesmo sem mudanças imediatas nos produtos importados.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quarta-feira (9) uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que entra em vigor a partir de 1º de agosto. O Brasil, por sua vez, prometeu aplicar a Lei da Reciprocidade Comercial, retaliando com tarifas semelhantes.

Efeitos indiretos e impacto no bolso do brasileiro

Segundo Rodrigo Leite, professor de Finanças e Controle Gerencial do COPPEAD/UFRJ, a consequência mais ampla da medida será o fortalecimento do dólar frente ao real. “Quando há uma mudança assim no comércio internacional, há uma tendência ao enfraquecimento do real, o que encarece produtos importados e pode elevar a inflação”, explica.

Assim, mesmo que a tarifa inicialmente impacte as exportações brasileiras para os EUA, o efeito indireto pode ser o aumento do câmbio, levando a uma inflação mais alta e a produtos importados mais caros no cotidiano do brasileiro.

Exportações brasileiras e possíveis ajustes comerciais

O Brasil exporta para os EUA itens que fazem parte do dia a dia, como café, carne bovina, laranja, aço e celulose. Rodrigo Leite ressalta que, com o embargo americano, há a possibilidade de aumento na oferta desses produtos no mercado interno, o que pode acarretar uma redução de preços.

“Possivelmente, haverá um efeito pequeno de queda nos preços internos por mais oferta, mas não é algo significativo, pois outros mercados, como a União Europeia, poderiam absorver parte das exportações brasileiras, embora essa troca não seja simples e possa gerar efeitos de curto prazo”, explica o especialista.

Efeitos rápidos e estratégias de resposta do Brasil

Se os EUA deixarem de importar produtos brasileiros, o Brasil precisaria redistribuir suas exportações, principalmente para a União Europeia, já que a China compra muitos produtos brasileiros e aumentar as vendas para lá torna-se uma estratégia vulnerável.

Para Rodrigo, na visão de curto prazo, alguns setores, como o aeronáutico, petróleo e commodities, podem sofrer demissões devido à queda na demanda. Contudo, o impacto na economia como um todo tende a ser limitado ao longo do tempo.

Risco da Lei da Reciprocidade

O uso da Lei de Reciprocidade, prevista por Lula, permite ao Brasil taxar produtos americanos proporcionalmente às tarifas impostas pelos EUA. Segundo o especialista, esse movimento pode prejudicar o consumidor brasileiro ao encarecer produtos essenciais importados, como medicamentos, componentes eletrônicos e tecnologia.

“Se o Brasil começar a taxar produtos dos EUA, haverá um efeito inflacionário grande, pois tudo que é importado de lá, como iPhones e materiais industriais, ficará mais caro”, alerta Rodrigo. Ele ressalta que essa estratégia, na prática, é uma repetição do erro de Trump, que também prejudicou seu próprio povo ao taxar produtos estrangeiros.

Alternativas estratégicas para o Brasil

Em vez de aplicar tarifas amplas, a recomendação de Rodrigo é adotar ações mais pontuais, como atacar certas patentes ou setores específicos, como medicamentos, buscando uma resposta mais estratégica e menos prejudicial ao consumidor interno.

“Uma abordagem mais localizada pode ser mais efetiva e não gerar os efeitos colaterais de uma guerra tarifária generalizada”, conclui o especialista.

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