O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, se encontrou nesta sexta-feira com Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, em Brasília. A reunião ocorreu em um momento de tensão comercial, após o anúncio de uma tarifa de 50% pelos EUA contra produtos brasileiros feita pelo governo de Donald Trump.
Negociação diante da tarifa de Trump
Segundo Tarcísio, o objetivo foi abrir diálogo com as empresas paulistas e buscar soluções concretas para o impacto das tarifas. “Vamos estabelecer negociações fundamentadas em dados e argumentos sólidos. É preciso conversar, pois narrativas não resolvem o problema. A responsabilidade é de quem governa”, afirmou o governador em suas redes sociais.
Contexto político e impactos econômicos
O encontro ocorre em meio a críticas do governo Lula ao governador paulista, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando que Tarcísio, ex-ministro de Jair Bolsonaro, atua como candidato “a vassalo”. Os setores mais afetados, como o setor de suco de laranja, café e a fabricante aérea Embraer, têm forte presença em São Paulo.
Reação da representação americana
A Embaixada dos Estados Unidos notificou que diplomatas mantêm reuniões regulares com governadores brasileiros e destacou que São Paulo concentra o maior volume de investimentos americanos no Brasil. “A embaixada promove os interesses das empresas americanas e a cooperação bilateral”, afirmou nota oficial.
Posição do Itamaraty e opiniões internas
O Itamaraty ainda não se manifestou oficialmente sobre o encontro, embora interlocutores do Ministério das Relações Exteriores tenham considerado a visita de Tarcísio uma estratégia “de jogo de cena” para tentar repercutir uma narrativa que, na avaliação deles, foi provocada pelo próprio governo anterior.
De acordo com um diplomata, a oposição tenta sair de uma situação que ela mesma criou, enquanto Escobar não teria autonomia suficiente para decisões negociadoras com os EUA. O político paulista atribuiu a tarifa ao governo Lula, criticando a postura do presidente em suas redes sociais, ao afirmar que “Lula colocou sua ideologia acima da economia”.
Repercussões e opiniões
Fernando Haddad respondeu às declarações de Tarcísio, afirmando que a tarifa norte-americana não tem base econômica real e que as posições do governador representam um comportamento de “servilismo” ao ex-presidente Bolsonaro. Na semana passada, Tarcísio foi visto em uma churrascaria com Bolsonaro, reforçando sua relação com o atual ex-presidente.
Donald Trump também comentou o tema, em carta enviada ao Brasil, exaltando Jair Bolsonaro e criticando a estratégia de Lula. O ex-presidente norte-americano afirmou que a forma como o Brasil trata Bolsonaro é uma “vergonha internacional” e justificou a cobrança de tarifas sobre produtos brasileiros com ataques às eleições e à liberdade de expressão nos Estados Unidos.
A crise diplomática e comercial evidencia o clima de tensão entre Brasil e Estados Unidos, com repercussões que podem se estender ao mercado e à relação diplomática bilateral.
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