A secretária de Agricultura do governo de Donald Trump, Brooke Rollins, provocou reações de incredulidade e protesto nas redes sociais ao sugerir que beneficiários de Medicaid possam substituir trabalhadores migrantes nas lavouras americanas. Durante uma coletiva de imprensa nesta terça-feira, Rollins afirmou que “não haverá anistia” para trabalhadores agrícolas não autorizados e destacou que a estratégia do governo será migrar para uma força de trabalho composta por adultos responsáveis pelo benefício de saúde.
Implantação de uma força de trabalho com beneficiários de Medicaid?
Ao ser questionada sobre sua proposta de substituir migrantes por pessoas no programa de assistência médica pública, Rollins explicou que essa mudança seria parte de uma estratégia maior, embora tenha gerado mais dúvidas do que esclarecimentos. Segundo ela, o número de “adultos capazes de trabalhar” na folha de pagamento do Medicaid nos Estados Unidos é de aproximadamente 34 milhões de pessoas.
Contudo, especialistas e organizações questionaram a viabilidade e a ética de empregar beneficiários de assistência social em tarefas agrícolas, especialmente considerando que muitos desses indivíduos já estão empregados ou têm responsabilidades familiares. Além disso, a conta apresentada por Rollins inclui pais e trabalhadores já inseridos no mercado de trabalho.
Reação na internet e preocupação social
A proposta foi amplamente criticada nas redes sociais, provocando uma onda de memes, debates e alertas sobre possíveis impactos no setor agrícola e na segurança alimentar do país. Usuários apontaram que a iniciativa soa “distópica” e preocupante, principalmente por tentar substituir uma força de trabalho migrante, muitas vezes ilegal, por alguém que já tem dificuldades de manter seus próprios benefícios essenciais.
Especialistas de política pública ressaltaram que a estratégia pode aprofundar a crise trabalhista no setor rural, que já enfrenta escassez de mão de obra. Segundo estudos, a substituição de migrantes por trabalhadores de programas sociais poderia não apenas reduzir a eficiência, mas também ameaçar a produção agrícola dos Estados Unidos.
Futuro das políticas agrícolas e sociais
O anúncio de Rollins foi recebido com críticas de congressistas, entidades e agricultores que alertam para o impacto negativo na oferta de alimentos e na economia rural do país. Analistas indicam que estratégias que podem agravar a dependência de mão de obra estrangeira ilegal representam risco para o abastecimento e para a segurança alimentar dos americanos.
O governo ainda não detalhou como essa proposta será executada ou que critérios específicos serão utilizados para selecionar os beneficiários do Medicaid que possam atuar na agricultura. O impacto dessa iniciativa ainda é incerto, mas a repercussão na internet mostra que a discussão sobre imigração, assistência social e trabalho agrícola deve permanecer como tema quente nos próximos meses.