Brasil, 17 de julho de 2025
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Reforma tributária e cortes na saúde: o impacto do projeto aprovado pelos republicanos

O projeto fiscal aprovado na Câmara privilegia os ricos, ameaça o sistema de saúde e aumenta a dívida, gerando críticas severas.

Nesta quinta-feira (22), os republicanos aprovaram na Câmara o pacote de reformas fiscais e de cortes em programas sociais, enviando a lei ao presidente Donald Trump para assinatura. A legislação, considerada pelos críticos como uma ameaça à saúde e ao bem-estar do país, amplia os cortes tributários para as elites e diminui o financiamento do sistema de saúde, com consequências graves para milhões de americanos.

Principais mudanças e controvérsias na reforma tributária

O projeto discute uma redução de US$ 4,5 trilhões nos impostos, principalmente beneficiando os mais ricos, com uma arrecadação que será parcialmente compensada por cortes em programas de alimentação e saúde, como o Medicaid. Os gastos adicionais de bilhões de dólares aumentam a dívida nacional, enquanto diversos especialistas alertam para os riscos econômicos envolvidos.

“Este projeto tira dos mais vulneráveis para pagar aos já poderosos”, afirmou o deputado democrata Jim McGovern (Massachusetts). “É uma traição aos valores que deveriam sustentar o país.”

Cortes ao Medicaid e entrada de requisitos de trabalho

Entre as mudanças mais polêmicas estão os novos requisitos de trabalho para adultos que dependem do Medicaid, que poderão perder o acesso ao seguro ao não comprovar atividades como trabalho, voluntariado ou treinamentos pelo menos 20 horas semanais. A Câmara de Orçamento dos Estados Unidos (CBO) revelou que a maioria dessas pessoas dificilmente conseguirá empregos que garantam a manutenção do benefício.

Impacto na política de imigração e gastos militares

Outro aspecto dramático do projeto é a destinação de US$ 150 bilhões para reforçar as ações de deportação, incluindo US$ 45 bilhões para novas unidades de detenção e US$ 29 bilhões para mais agentes do ICE. A quantidade de recursos para centros de detenção supera em mais de cinco vezes o orçamento anual do Bureau Federal de Prisões. O esforço coincide com declarações de Trump, que já cogitou a deportação de cidadãos natos dos EUA.

“Estamos transformando o ICE numa força paramilitar de combate à imigração”, denunciou a deputada Alexandria Ocasio-Cortez (Nova York).

Reações e críticas às discussões sobre o projeto

De acordo com o deputado Vance, vice-presidente, o montante destinado à imigração e deportação é tão significativo que ofusca toda a avaliação do restante do projeto. Ele afirmou que o foco principal é ampliar a repressão migratória, deixando de lado as outras políticas públicas.

Durante o processo, alguns republicanos relutaram em votar a favor, sendo pressionados por Trump e suas estratégias de alinhamento político. A votação final ocorreu após uma sessão que durou toda a noite, com resistência de alguns membros, especialmente diante das mudanças feitas pelo Senado, que aumentaram o custo do pacote.

Descontentamento de moderados e riscos para o sistema de saúde

Apesar das críticas, quase todos os republicanos apoiaram a proposta, com exceção de Fitzpatrick (Pensilvânia), que votou contra. Diversos moderados admitiram preocupações com os cortes no Medicaid, mas acabaram cedendo às pressões políticas para manter a maioria.

“Isso representa um ataque à saúde pública e efetivamente destruirá o Medicaid como conhecemos”, alertou a líder democrata Hakeem Jeffries (Nova York), em um discurso que durou quase nove horas antes da votação final.

Consequências futuras e o cenário político

A aprovação do projeto sinaliza uma continuidade na estratégia republicana de priorizar cortes para os mais ricos e fortalecer o controle sobre as políticas migratórias. Acadêmicos e ativistas alertam que os cortes aos programas sociais podem ampliar a desigualdade social e enfraquecer o sistema de saúde, principalmente em regiões rurais.

O impacto das mudanças ainda será avaliado nos próximos meses, com a expectativa de que o presidente assine a lei, consolidando uma das alterações mais controversas da política econômica recente dos EUA.

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