Na tarde de sexta-feira, 11 de julho, a irmã de Juliana Marins, Mariana Marins, e profissionais envolvidos na investigação da morte da jovem brasileira durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, concederam uma coletiva de imprensa. A tragédia, que ocorreu em 20 de junho, deixou a família e amigos em choque, e as revelações sobre as circunstâncias da queda foram alarmantes.
Queda trágica e resgate demorado
Durante a coletiva, Mariana relatou que Juliana sofreu uma queda devastadora de cerca de 220 metros. Segundo informações, na primeira queda, a jovem escorregou por aproximadamente 61 metros antes de atingir uma parede de rocha e areia. Mariana destacou que, mesmo com o acionamento da equipe de resgate, houve uma demora significativa para que a ajuda chegasse ao local, levando mais de 4 horas após a queda inicial. Apenas 18 horas depois do acidente, a equipe de resgate do Basarnas conseguiu descer 150 metros, mas Juliana já se encontrava em uma posição mais baixa e inacessível.
Últimos momentos de Juliana
A irmã também compartilhou que o último registro da brasileira viva foi feito por um drone, às 6h59 da Indonésia, no dia 21 de junho. Juliana foi avistada pela última vez por uma turista espanhola que a ajudou, permitindo que ela pedisse socorro antes de voltar ao camping. A Defesa Civil local chegou ao local apenas às 19h50, muito tempo após a última aparição da jovem.
Resultados da autópsia
A autópsia, realizada no Brasil, confirmou que Juliana Marins faleceu em decorrência de múltiplos traumas causados pela queda. A causa imediata da morte foi hemorragia interna devido a lesões poliviscerais e politraumatismo, compatíveis com um impacto de alta energia. O perito Reginaldo Franklin, que participou da autópsia, detalhou que Juliana sobrevivera por um curto período após a queda — entre 10 e 15 minutos — mas sem condições de se mover.
Dificuldades enfrentadas na autópsia
O procedimento no Brasil foi complicado pelo estado do corpo, que já havia sido embalsamado. Isso prejudicou algumas análises, como a estimativa do horário da morte e a verificação de sinais clínicos mais sutis. Franklin mencionou que foi possível identificar fraturas nas costelas, fêmur e uma grave lesão na pelve. Ele descreveu as contusões e lesões que Juliana apresentava, incluindo danos a órgãos vitais, que culminaram em pneumotórax e comprometimento pulmonar com sangramento.
O impacto foi descrito como um escorregamento pelas costas no terreno antes do choque final em solo. Embora o procedimento de embalsamamento tenha preservado parte das lesões, ele também impossibilitou uma análise integral do quadro clínico da jovem, o que poderia fornecer mais informações sobre os momentos críticos após a queda.
Impacto emocional e jurídico
A coletiva foi marcada por um forte impacto emocional, com Mariana e os profissionais envolvidos expressando a dor e a impotência diante do ocorrido. A defensora pública Taísa Bittencourt, que acompanhou o caso, ficou ao lado da família durante o processo de repatriação e análise dos fatos. Mariana ressaltou a importância de se fazer a investigação mais clara possível, a fim de que tragédias como esta não se repitam.
A morte de Juliana Marins traz à tona a discussão sobre segurança em trilhas e a necessidade de melhorias nos protocolos de resgate em áreas remotas, onde a natureza apresenta desafios significativos para equipes de emergência. Este trágico evento não será esquecido, e a luta pela verdade e pela justiça continua.
Para mais informações sobre a coletivas e o caso, confira a reportagem completa no G1 aqui.