O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (11), em entrevista ao Jornal Nacional, que não agirá de forma precipitada frente às novas tarifas impostas pelos Estados Unidos. Lula destacou a necessidade de avaliar cuidadosamente a situação e buscar respostas diplomáticas, incluindo a possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Resposta diplomática e reação às tarifas americanas
Segundo Lula, vai convocar empresários dos setores afetados para discutir a melhor estratégia de resposta. Ele também reafirmou que pretende levar a questão à OMC, embora reconheça que a organização atualmente enfrenta limitações, como a falta de quórum no Órgão de Apelação, devido a obstruções promovidas pelos EUA. “Queremos uma postura que não prejudique a economia brasileira”, afirmou.
Medidas de reciprocidade e desafios de resposta
O presidente anunciou que utilizará a lei de reciprocidade econômica, que permite respostas a ações unilaterais que impactem a competitividade do Brasil ou interfiram na soberania nacional. No entanto, ponderou sobre a complexidade de estabelecer uma reação eficaz, considerando o risco de aumento da inflação e de dificuldades na escolha das medidas de retaliação.
Alternativas de reação
Entre as possibilidades estudadas pelo governo estão a quebra de patentes de empresas farmacêuticas e a aplicação de sobretaxas em bens culturais. Essas opções, que vinham sendo analisadas desde a guerra tarifária iniciada por Donald Trump em abril de 2018, ainda não foram implementadas. A dificuldade reside em equilibrar uma resposta firme sem prejudicar ainda mais a economia brasileira.
Diálogo contínuo com os Estados Unidos
Embora Lula tenha declarado que, se necessário, entraria em contato pessoalmente com Trump, até o momento, os dois líderes ainda não se falaram. O diálogo entre Brasil e EUA permanece ativo em outros níveis, como com o escritório comercial da Casa Branca, o USTR. Lula confirmou que manterá negociações e buscará novos mercados para os produtos brasileiros, tentando minimizar os impactos econômicos.
Pontes diplomáticas e desafios atuais
Apesar da tensão, Lula destacou que o Brasil continuará buscando caminhos diplomáticos e econômicos para resolver a disputa. Ressaltou que o país não quer uma escalada, mas sim uma postura negociadora que preserve os interesses nacionais e a estabilidade econômica. “Se for necessário, ligarei para Trump. Mas até agora, não vejo motivos para uma crise maior”, afirmou.
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