A cantora Lily Allen e a apresentadora Miquita respondem às críticas recebidas após compartilharem suas experiências pessoais com aborto em entrevistas e podcasts. Ambas, que revelaram ter feito múltiplos abortos ao longo da vida, enfrentaram controvérsia nas redes sociais ao abordar temas considerados tabu.
Reações e defesa pública de Lily Allen e Miquita
Na semana passada, Lily Allen declarou que não consegue se lembrar exatamente de quantos abortos realizou antes de optar por um DIU aos 23 anos. A artista afirmou que preferiu compartilhar sua história para desafiar estigmas sociais. “E sendo mulher, é como: ‘Como ousam vocês fazer humor sobre isso — vocês devem sentir vergonha e medo’,” ela disse durante episódio do podcast Miss Me?. “E sabe o que? Funciona. Li muita coisa negativa, sim, mas também percebi que sou uma boa pessoa.”
Já Miquita revelou que passou por cerca de cinco abortos, descrevendo um padrão recorrente de engravidar sem querer e realizar o procedimento durante sedação. Ela admitiu que, muitas vezes, não se recorda dos motivos pelos quais decidiu remover o dispositivo intrauterino (coil), o que reforça a complexidade do tema.
Polêmica nas redes sociais
As declarações das duas figuras públicas foram duramente criticadas por internautas, que as acusaram de “falar demais” ou de trivializar o tema do aborto. No entanto, Allen afirmou que a rejeição reforça a necessidade de discutir abertamente essas experiências. “Para muitas mulheres, é uma questão de saúde, de liberdade — não de escolhas fáceis,” ela reforçou.
Importância do discurso aberto
Especialistas em direitos reprodutivos dizem que a coragem de Lily Allen e Miquita ajuda a desconstruir o estigma ao redor do aborto, muitas vezes visto como um assunto proibido ou de vergonha. “Falar sobre experiências pessoais pode empoderar outras mulheres a compartilharem suas histórias e buscar apoio sem medo”, comenta a socióloga Renata Alves.
Perspectivas futuras e reflexões
As duas figuras públicas continuam defendendo a liberdade de discutir suas jornadas. Allen ressaltou que seu objetivo é promover o entendimento e o respeito ao direito de escolha de cada mulher, independente do percurso. “Não quero que ninguém se sinta sozinha ou envergonhada por algo que é mais comum do que imaginam,” afirmou.