Uma juíza federal nos Estados Unidos autorizou Ruben Sanchez, com 52 anos, a continuar seu processo contra a United Airlines e seu sindicato por suposta discriminação ligada à sua religião e idade. Sanchez afirma que foi demitido após defender publicamente ensinamentos católicos sobre casamento e identidade de gênero durante um diálogo com uma colega de trabalho.
Detalhes do caso de Sanchez contra a United Airlines
Sanchez, que é membro da Guarda Nacional do Alasca e trabalhou por quase 28 anos na companhia aérea, alegou que a investigação da empresa começou após ele ser alvo de uma denúncia anônima na rede social X (antigo Twitter). Segundo ele, a acusação o retratou como racista e anti-trans, embora ele negue tais comentários, e a investigação resultou na sua demissão, mesmo sem evidências de violações às políticas da companhia.
Na ação, Sanchez afirma que a companhia e o sindicato violaram seu direito de liberdade religiosa e discriminarem-no por sua idade, alegando que a empresa prefere colaboradores mais jovens e que há um histórico de tentativas de dispensar funcionários mais experientes por motivos menores. Ele também aponta que o sindicato deixou de apoiá-lo na busca por representação em arbitragem, exigindo custos adicionais.
O que Sanchez disse sobre seus comentários religiosos?
Segundo documentos judiciais, Sanchez afirmou que, em uma conversa reservada durante um voo, discutiu questões de fé relacionadas à moral católica e ao ensino da Igreja sobre casamento, sexualidade e identidade de gênero, sem que houvesse reclamações de passageiros. A acusação feita por um usuário anônimo nas redes sociais sugeriu que ele teria manifestações de ódio, o que Sanchez negou categoricamente.
Ele explica que, durante uma reunião investigativa, seus argumentos religiosos foram recebidos de forma negativa pelos representantes da United e que seu sindicato não o apoiou, chegando a colocar em dúvida sua representação em processos legais.
Repercussão e apoio social
A ação de Sanchez chamou atenção também do escritório do Twitter/X, que, conforme declaração de seus advogados, apoia o processo, embora a plataforma não tenha se pronunciado oficialmente até o momento. Sua equipe de defesa denuncia que a demissão e a perseguição por opiniões religiosas fazem parte de uma política de discriminação por idade e fé na empresa.
Casos similares e contexto mais amplo
Sanchez afirma que seu caso não é isolado. Ele remete a outra disputa de 2022, envolvendo funcionárias cristãs que alegaram ter sido demitidas por se oporem ao projeto de lei chamado Lei da Igualdade, que buscava ampliar direitos civis para identidade de gênero e orientação sexual. Essas mulheres recorreram à Justiça, e seus processos ainda tramitam.
Já Sanchez ressalta que, apesar das demonstrações de apoio nas redes sociais e a possibilidade de seguir adiante na Justiça, o conflito representa uma batalha maior pelo direito de expressão religiosa no ambiente de trabalho, especialmente em setores de alta visibilidade e influência como o transporte aéreo.
Próximos passos na batalha judicial
A Justiça dos EUA decidiu que Sanchez apresenta indícios suficientes para prosseguir com sua reclamação. Assim, o processo seguirá trâmite, podendo chegar a uma audiência com jurados, dependendo do modo de condução das partes. A United Airlines não se pronunciou oficialmente até o momento, e o prazo para resposta ao processo foi estendido até 1º de agosto.
Este caso evidencia o debate sobre limites da liberdade de expressão religiosa e os riscos de discriminação no ambiente corporativo, sobretudo em setores sensíveis a questões sociais e de diversidade.
Para mais informações, acesse a fonte original.