A guerra tecnológica da inteligência artificial chega ao espaço, com a China colocando em órbita satélites que funcionam como data centers móveis. Enquanto a Nasa enfrenta cortes orçamentários e desconfianças internacionais, a China mantém seus planos de consolidar a liderança na exploração espacial.
Satélites de IA: uma estratégia inovadora para o espaço chinês
Recentemente, a China lançou um supercomputador de IA no espaço, enviando 12 satélites que formarão uma constelação capaz de processar e analisar dados em órbita. Segundo a startup ADA Space, apoiada por um instituto de pesquisa de Zhejiang, a iniciativa visa melhorar a transmissão de dados, reduzir o uso de energia e diminuir a pegada de carbono dos centros de dados terrestres.
Vantagens e controvérsias na introdução de data centers orbitais
Especialistas divergem quanto ao custo-benefício dessa tecnologia. Sylwia M. Gorska, pesquisadora na Universidade de Central Lancashire, compara a estratégia chinesa com a sua abordagem no setor de veículos elétricos, destacando a renovação tecnológica como forma de manter a liderança.
Por outro lado, o astrônomo Jonathan McDowell questiona se os custos para levar essa tecnologia ao espaço valem a pena, apesar de reconhecerem as vantagens na capacidade de irradiar calor e processar grandes volumes de dados de sensores em tempo real, sem depender das limitações das estações terrestres.
‘É uma grande mudança na corrida espacial’
A instalação de centros de dados orbitais pode ser crucial em conflitos militares, acelerando a análise de imagens de satélite e movimentações navais, além de oferecer maior segurança contra ataques terrestres. Segundo Namrata Goswami, especialista em política espacial, essa mudança eleva a intensidade da competição entre EUA e China, criando vantagens assimétricas em vigilância, monitoramento ambiental e operações militares.
Goswami acrescenta que a China busca controlar a infraestrutura digital que regerá ações militares, defesa planetária e operações espaciais nas próximas décadas. Com uma frota de potenciais 2.800 satélites, o objetivo é ampliar a capacidade de processamento de dados estratégicos usando IA, podendo impactar significativamente a guerra e a segurança global.
Implicações estratégicas e avanços tecnológicos
O país asiático também busca desenvolver chips avançados, como os da Nvidia, para expandir seus data centers de IA no meio do deserto, fortalecendo sua infraestrutura digital. Isso reforça a estratégia de criar vantagens tecnológicas autônomas, menos vulneráveis a ataques físicos ou cibernéticos.
Segundo Goswami, essa iniciativa marca uma mudança radical na corrida espacial, com potencial de transformar as operações militares e continuar a liderança chinesa na inovação tecnológica espacial.
O avanço gerou preocupação entre autoridades internacionais, como o general Stephen Whiting, do Comando Espacial dos EUA, que destacou o progresso impressionante da China no setor. Os especialistas alertam que a capacidade de processar vastos volumes de dados do espaço com IA poderá garantir um benefício estratégico decisivo às próximas décadas.
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