A fusão proposta entre as empresas brasileiras BRF e Marfrig, duas das maiores do setor de alimentos no Brasil, enfrenta um novo obstáculo que pode atrasar o negócio. Segundo fontes ligadas ao mercado, questões regulatórias e divergências entre os acionistas estão dificultando o avanço do acordo, anunciado inicialmente no início de 2025.
Desafios regulatórios e burocráticos
O processo de aprovação das autoridades reguladoras encontra resistência por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), que tem analisado com cautela o impacto da fusão sobre a concorrência. Especialistas avaliam que o órgão pode impor condições ou até mesmo bloquear a operação, devido ao potencial de concentração de mercado.
Segundo analistas de mercado, a complexidade do procedimento aumenta à medida que o governo busca equilibrar os interesses de consumo e competição. “O CADE tem defendido uma análise rigorosa, o que pode ampliar o tempo de aprovação ou exigir desinvestimentos por parte das empresas”, explica Ricardo Almeida, especialista em direito concorrencial.
Posição das empresas e possíveis repercussões
A BRF e a Marfrig ainda mantêm a intenção de concretizar a união, que visa criar uma líder no setor de proteína animal na América Latina. No entanto, com a discussão em curso, o cronograma previsto para o fechamento do negócio está sendo revisado.
As companhias argumentam que a fusão contribuirá para ampliar a eficiência, reduzir custos e fortalecer a posição internacional. “Estamos abertos ao diálogo com as autoridades e buscamos uma solução que seja benéfica para todos os stakeholders”, afirmou uma fonte próxima às negociações.
Reação do mercado e perspectivas futuras
O mercado reagiu com cautela às notícias de obstáculos na fusão, refletindo uma possível instabilidade no setor de alimentos. De acordo com analistas financeiros, o sucesso ou fracasso do processo pode influenciar o valor de mercado de ambas as empresas e a estratégia de expansão futura.
Especialistas indicam que, para avançar, BRF e Marfrig deverão adaptar suas estratégias às exigências regulatórias e buscar aliados no governo e órgãos de defesa da concorrência.
Com a matéria ainda em análise, o desfecho do processo é incerto, mas a continuidade dos esforços das empresas indica que a tentativa de fusão permanece uma prioridade estratégica.