Brasil, 16 de julho de 2025
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Fazenda vê espaço para redirecionar exportações, mas admite riscos com tarifa de Trump

Apesar do impacto limitado no PIB, governo teme perdas para setores como carne e café com tarifa de 50% anunciada por Trump

O Ministério da Fazenda avalia que o tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode inviabilizar a exportação de produtos como carne e café, caso as medidas sejam implementadas. Apesar do impacto relevante para setores específicos, a equipe econômica estima que os efeitos macroeconômicos sobre o Brasil devam ser limitados, com possibilidade de redirecionamento de parte da produção para outros mercados ou para o consumo interno.

Incerteza e possibilidades de redirecionamento de exportações

Durante o lançamento do Boletim Macrofiscal de julho, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, afirmou que “o nível de incerteza do ponto de vista externo permanece muito elevado”. Trump anunciou uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, a ser aplicada a partir de 1º de agosto, o que preocupa o governo brasileiro.

Mello ponderou que, embora as tarifas possam afetar alguns setores, a menor quantidade de exportação para os EUA hoje, em comparação com décadas passadas, facilita o redirecionamento para outros mercados. “Alguns setores com demanda mais específica podem sofrer mais, mas também podem buscar alternativas, dependendo de análise empresa por empresa”, declarou.

Impacto limitado no crescimento e inflação

A subsecretária de Política Macroeconômica, Raquel Nadal, afirmou que o impacto no Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 não deve ser significativo. “Esse impacto não deve afetar de forma expressiva nossa estimativa de crescimento, sendo mais relevante para setores específicos”, disse.

Quanto à inflação, a Fazenda explica que ainda é cedo para afirmar que ocorrerá impacto relevante. Apesar da recente leve desvalorização do real, as projeções de preços permanecem inalteradas, e a dificuldade de exportar alguns produtos pode até diminuir a pressão inflacionária no mercado doméstico.

Setores mais afetados e respostas do governo

O secretário disse que, se as tarifas forem mantidas, haverá uma redução significativa na exportação de alguns bens, como carne e café, especialmente para os Estados Unidos. Ainda assim, muitos produtos poderão encontrar mercados em outros países, como é o caso do suco de laranja, que deve sentir mais o impacto nos EUA do que no Brasil.

“A tarifa chega a ser proibitiva para alguns produtos que exportamos, mas outros ainda podem competir e ter espaço em mercados alternativos”, explicou Mello.

Perspectivas e reformas fiscais

O secretário também comentou o relatório do projeto de reforma do Imposto de Renda, considerando a sinalização do relator, deputado Arthur Lira, como positiva. “O desenho apresentado pelo governo foi em grande parte mantido, e agora é importante acompanhar o processo legislativo”, afirmou.

Segundo ele, a manutenção das propostas inicialmente apresentadas é uma notícia importante, que reforça as expectativas de continuidade na agenda de reformas fiscais do governo brasileiro. Ainda assim, o cenário externo permanece incerto, reforçando a necessidade de atenção às dinâmicas globais.

Para mais informações, acesse o fonte aqui.

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