Brasil, 16 de julho de 2025
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Especialistas alertam sobre proposta de RFK Jr. de usar dispositivos de rastreamento de saúde

Expertos em segurança alertam sobre os riscos de monitorar saúde com wearables incentivados pelo governo, incluindo vazamento de dados sensíveis

Durante audiência na Subcomissão de Energia e Comércio da Câmara, o secretário de Saúde, RFK Jr., sugeriu que todos os americanos usem dispositivos de rastreamento de saúde, como smartwatches e anéis inteligentes, para “controlar” sua saúde e assumir responsabilidades. A medida gerou preocupações sobre privacidade e segurança dos dados pessoais.

O que RFK Jr. propõe e quais os riscos de segurança

RFK Jr. afirmou que os wearables podem ajudar as pessoas a monitorar níveis de glicose, frequência cardíaca e outros indicadores durante as refeições, promovendo melhores escolhas alimentares e de atividades físicas. Apesar de ainda ser uma sugestão e não uma obrigatoriedade, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos anunciou que lançará uma campanha para incentivar o uso desses dispositivos.

Embora os wearables possam oferecer benefícios na compreensão da saúde, eles armazenam uma grande quantidade de dados — desde ritmo cardíaco até localização, ciclo menstrual e níveis de glicose. Especialistas alertam que o aumento da coleta de informações sensíveis pode representar riscos, especialmente quanto à segurança e privacidade.

Privacidade e segurança dos dados de saúde

Diferença entre incentivo e coleta governamental

Segundo Alex Hamerstone, diretor de soluções de consultoria na TrustedSec, o incentivo ao uso de wearables não significa que o governo terá acesso direto a esses dados. “São perguntas distintas”, ele explica. Contudo, Hamerstone ressalta que o governo já possui acesso a informações detalhadas de saúde de quem recebe benefícios de programas como Medicare e Medicaid.

A preocupação maior está na segurança da própria tecnologia. Kevin Johnson, CEO da Secure Ideas, lembra que, em 2018, houve uma brecha de segurança envolvendo o app Strava, que revelou localização de militares em bases secretas.

Vulnerabilidades e riscos de vazamento

Johnson explica que dispositivos wearables possuem vulnerabilidades que podem permitir ataques externos, e que muitos desses aparelhos, ao serem hackeados, podem expor dados relacionados à localização, saúde reprodutiva, níveis de glicose e irregularidades cardíacas — informações extremamente sensíveis.

Além disso, esses dados não são protegidos pelas mesmas normas que regulam registros médicos tradicionais, como a HIPAA. “Eles são governados pelos termos de uso das empresas, que podem mudar e permitir o compartilhamento ou venda dos dados”, alerta Chronister, CEO da Parameter Security.

O que fazer para proteger sua privacidade

Especialistas recomendam que os usuários ajustem as configurações de privacidade dos dispositivos e revisem regularmente suas permissões. No entanto, alertam que a proteção individual é limitada e muito depende das políticas das empresas fabricantes.

“Os usuários têm controle limitado sobre o que acontece com os dados após serem coletados”, diz Chronister. “O verdadeiro risco está na forma como as empresas armazenam, compartilham e protegem essas informações.”

Implicações do uso de dados de saúde

O riscos vão além do vazamento: há preocupações sobre como esses dados podem influenciar fatores como taxas de seguro, elegibilidade e até avaliações de crédito. Além disso, o uso de inteligência artificial pode permitir previsões sobre o futuro da saúde, com consequências ainda imprevistas.

De olho no futuro, os especialistas recomendam cautela ao aceitar coletar e compartilhar dados sobre saúde, mesmo quando a intenção seja de melhorar o bem-estar. “Antes de usar wearables, pense nas implicações a longo prazo”, conclui Hamerstone.

Esta matéria foi originalmente publicada no HuffPost.

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