O vice-presidente Geraldo Alckmin foi designado para coordenar o diálogo com empresários brasileiros na elaboração de uma resposta ao tarifão de 50% que o governo dos Estados Unidos pretende aplicar às mercadorias brasileiras a partir do próximo mês. A iniciativa foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a declaração de Trump de elevar tarifas, afetando setores estratégicos do Brasil.
Comitê com participação de setores diversos será formalizado na próxima semana
O governo federal vai formalizar na semana que vem um comitê de estratégicas composto por representantes dos ministérios da Fazenda, Casa Civil, Relações Exteriores, além da Secretaria de Relações Institucionais e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, sob comando de Alckmin. O objetivo é que o grupo atue na formulação de uma resposta coordenada às ameaças comerciais americanas.
Debate inclui setores afetados e próximas ações
A lista de empresários e representantes será construída com a participação de setores potencialmente impactados pelo tarifão. Diretores de empresas do agronegócio, especialmente produtores de carne, suco de laranja e café, além de lideranças da indústria, como o segmento de tecnologia, devem compor o grupo. A fabricante de aviões Embraer também integra o time de interlocutores.
Reação do setor privado e possíveis retaliações
O Brasil estuda estratégias de retaliação, incluindo a quebra de patentes e a taxação de filmes, livros e outros bens culturais e tecnológicos. A lista de ações ainda está em elaboração e será debatida com o setor privado para definir os próximos passos. Lula afirmou ao Jornal Nacional que buscará um entendimento, mas ressaltou a importância do apoio do empresariado brasileiro na defesa de interesses nacionais.
Impactos econômicos e diplomáticos
O mercado americano é fundamental para as exportações brasileiras, sobretudo para produtos manufaturados e setores do agronegócio. Produtores de suco de laranja já alertaram que o tarifão pode provocar o colapso do setor. Além disso, o aumento de tarifas pode afetar também segmentos de alta tecnologia, com impactos potenciais na balança comercial e na reputação internacional do Brasil.
Posição brasileira e defesa da soberania
Durante entrevista, Lula reforçou que o Brasil não se deixará humilhar: “Se existe algum empresário que acha que o governo brasileiro tem que ceder e fazer tudo que o presidente dos EUA quer, esse cidadão não tem orgulho de ser brasileiro. Este é o momento de mostrar que o Brasil quer ser respeitado no mundo”, afirmou. A postura visa fortalecer a diplomacia brasileira em um momento de forte tensão bilateral.
Mais detalhes sobre o comitê e as ações do governo poderão ser acompanhados em fonte original.