Nesta quarta-feira (9), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, como resposta à contínua balança comercial desfavorável ao Brasil com os norte-americanos. Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), desde 2009 o Brasil mantém déficits comerciais consecutivos com os EUA, totalizando US$ 90,2 bilhões até junho de 2025.
Déficit comercial brasileiro com os EUA desde 1997
O Brasil importa mais do que exporta para os Estados Unidos há 16 anos, registrando um déficit acumulado na série histórica desde 1997 de US$ 49,9 bilhões. Os números revelam que, em 2024, o saldo foi mais equilibrado, com o país importando US$ 253 milhões a mais do que vendera aos americanos, mas, em 2025, o cenário voltou a piorar, com o Brasil comprando US$ 1,67 bilhão a mais.
Reações ao anúncio de Trump
Na carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump afirmou que a balança comercial do Brasil e dos EUA é “injusta” e justificou a tarifa como uma medida necessária para corrigir “anos de tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil”. Ele também anunciou uma investigação contra práticas comerciais consideradas desleais ou injustas por parte do país latino-americano.
Especialistas no Brasil e no mundo classificaram a decisão como político-ideológica. Entidades industriais e do setor agropecuário manifestaram preocupação, alertando que as tarifas podem ameaçar empregos e investimentos no Brasil.
Agravamento do desequilíbrio comercial e contexto político
Segundo o G1, desde o início da série histórica, o Brasil importou US$ 50 bilhões a mais do que vendeu aos Estados Unidos. Embora o déficit tenha se reduzido em 2024, voltou a aumentar em 2025, indicando que a relação comercial permanece desequilibrada.
Na carta, Trump também citou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que é “uma vergonha internacional” o julgamento de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e alegou, sem provas, que a decisão foi motivada por ataques do Brasil contra eleições livres e violações à liberdade de expressão nos EUA.
Resposta brasileira e perspectivas futuras
O presidente Lula declarou que o Brasil “não aceitará ser tutelado por ninguém” e que a resposta ao aumento unilateral das tarifas será feita com base na Lei da Reciprocidade Econômica. Ele reforçou que o processo judicial contra Bolsonaro é de competência da Justiça brasileira e não deve sofrer ingerências externas.
A imposição de tarifas elevadas pelo governo americano representa uma nova fase na relação comercial entre os dois países e deverá impactar futuras negociações e quotas de importação e exportação, podendo gerar reações diplomáticas e econômicas no cenário internacional.
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