Brasil, 10 de julho de 2025
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Trump ameaça tarifa de 10% contra países alinhados ao BRICS

Presidente dos EUA sinaliza possíveis tarifas extras a aliados do bloco, afetando exportações brasileiras e elevando riscos comerciais

Neste domingo (6), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou aplicar uma tarifa adicional de 10% sobre países que se alinharem às “políticas antiamericanas” do BRICS. A reação veio na sequência de declarações do líder brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que defendeu a “lei da reciprocidade” na sequência do episódio.

Impactos econômicos e empresariais no Brasil

Segundo a tributarista Mary Elbe Queiroz, presidente do Cenapret e fundadora da Queiroz Advogados, uma tarifa de 10% like a proposta por Trump elevaria o custo dos produtos brasileiros no mercado estadunidense e reduziria a competitividade das exportações nacionais. “Isso pode comprometer contratos, margens de lucro e o posicionamento estratégico de empresas que hoje dependem do mercado americano”, explica.

Em 2023, o Brasil registrou recorde de exportações para os EUA, com 9.533 empresas enviando produtos ao país, conforme levantamento do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em parceria com a Amcham Brasil. A maior parte dessas exportações é composta por itens de maior valor agregado e tecnologia. Entre os principais destinos, os EUA ocupam a segunda posição, ficando atrás apenas do Mercosul.

Setores afetados e reflexos jurídicos

Os efeitos do possível aumento tarifário vão além dos grandes exportadores. Empresas de médio porte, atuantes como fornecedoras e componentes de cadeias globais, também sentiriam o impacto, incluindo setores como agronegócio e moda. “A nova tarifa pode obrigar essas empresas a repensar suas estruturas tributárias e aduaneiras, adotando reorganizações societárias ou relocando operações”, afirma Queiroz.

Além do impacto financeiro, há riscos jurídicos. A imposição unilateral de tarifas pode gerar disputas comerciais, disputas de contratos, renegociações e possíveis rescisões, como explica a advogada. “Questões de cláusulas de força maior, renegociação de preços ou rescisões por onerosidade excessiva tendem a crescer”, detalha.

Preparação e estratégias recomendadas

Embora as ameaças ainda estejam no campo das declarações, a especialista alerta que o tempo para reagir é curto. “Empresas precisam se preparar, simulando impactos, revisando contratos internacionais e avaliando alternativas logísticas e tributárias agora mesmo”, recomenda Queiroz. A estratégia inclui mapear riscos, revisar operações e buscar novos mercados potencialmente mais competitivos.

Segundo ela, compreender o grau de exposição às tarifas e se antecipar às mudanças é fundamental para mitigar os impactos de uma eventual guerra comercial. “A diversificação de mercados e a análise de possibilidades de adaptação são medidas essenciais neste momento de incertezas”, conclui.

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