O empresário americano John Textor, conhecido por sua gestão nas Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) do Botafogo e do Lyon, fez declarações polêmicas durante uma participação no podcast inglês talkSPORT. Ele criticou o órgão regulador financeiro do futebol francês, a DNCG (Direção Nacional de Controle de Gestão), apontando-o como responsável pelas dificuldades financeiras do Lyon. Além disso, Textor revelou que recursos oriundos do Botafogo foram usados para sustentar o clube francês, que recentemente evitou o rebaixamento à segunda divisão após um julgamento.
Críticas à DNCG e transparência nas finanças
Durante a entrevista, Textor não poupou críticas à DNCG, descrevendo seus critérios como “subjetivos” e “pouco transparentes”. Ele argumenta que, apesar de o Lyon apresentar um fluxo de caixa positivo e projeções de receitas robustas, o clube foi penalizado por não poder incluir em seu planejamento financeiro valores de vendas de jogadores ou acordos já firmados. “Eles literalmente dizem que receita com venda de jogadores tem que ser considerada como zero. Mas fazemos 100 milhões de euros por ano com isso, de forma recorrente”, afirmou Textor, destacando que contratos significativos foram descartados indevidamente pela DNCG.
Compartilhamento de recursos no grupo Eagle Football
Textor também elucida que existe um sistema de compartilhamento de recursos dentro do grupo Eagle Football, ao qual o Botafogo pertence. Nos últimos 12 meses, cerca de 125 milhões de euros foram direcionados ao Lyon a partir de outros clubes do grupo. Ele acredita que esse suporte financeiro é crucial, especialmente em um momento de crise. “Compartilhamos caixa e lidamos com a contra-sazonalidade a nosso favor. Isso é verdade”, disse.
Consequências de seu embate com a DNCG
Apesar de suas críticas, o dirigente reconhece que sua disputa com a DNCG pode ter contribuído para a crise atual no Lyon. Textor acredita que Michelle Kang, a atual líder da operação do Lyon, possui mais habilidade para lidar com as exigências do órgão regulador. Esta percepção ajudou a justificar sua recente saída do comando do clube francês, indicando que mudanças na gestão podem ser necessárias para navegar melhor pelas complexas dinâmicas financeiras do futebol europeu.
Dificuldades do Lyon e a comparação com outros clubes
Desde que Textor assumiu o controle do Lyon em 2022, o clube tem enfrentado dificuldades em se alinhar às exigências da DNCG, mesmo após ter passado por uma avaliação de sustentabilidade da UEFA. Essa situação destaca as disparidades que existem entre os modelos de fiscalização utilizados por diversas ligas europeias. Além disso, levanta questões importantes sobre a autonomia financeira dos clubes, especialmente aqueles que operam sob estruturas corporativas como a da Eagle Football.
O embate entre Textor e a DNCG não é apenas uma questão interna do Lyon, mas um reflexo das tensões na administração financeira do futebol moderno, onde os órgãos reguladores tentam equilibrar a integridade financeira dos clubes e a realidade de um mercado em constante mudança. A situação do Lyon e o papel ativo do Botafogo na manutenção de sua saúde financeira são questões que demandam atenção e análise contínuas por parte de torcedores, investidores e especialistas no esporte.
À medida que o Lyon busca estabilizar suas operações e se ajustar às exigências regulatórias, o desfecho dessa história pode ter um impacto significativo tanto para os torcedores do clube francês quanto para aqueles que acompanham o desenvolvimento do Botafogo sob a gestão de John Textor.