Segundo o BTG Pactual, as tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros têm potencial de diminuir as exportações do país em aproximadamente US$ 20 bilhões (R$ 110 bilhões) até o final de 2026. O relatório, assinado pela equipe do economista-chefe Mansueto Almeida, alerta para o impacto negativo na balança comercial e na atividade econômica brasileira.
Estimativas de redução nas exportações e riscos da retaliação
O banco estima que, mesmo com uma possível reposição de mercados ao longo dos próximos trimestres, haverá uma redução de US$ 7 bilhões (0,3% do PIB) em 2025 e de US$ 13 bilhões (0,6% do PIB) em 2026 nas vendas ao exterior. “Assumindo que parte das exportações afetadas será redirecionada gradualmente a outros mercados ao longo dos próximos trimestres, estimamos uma redução das exportações de US$ 7 bilhões em 2025 e de US$ 13 bilhões em 2026”, afirma o relatório.
O estudo ressalta que medidas retaliatórias pelos brasileiros poderiam, em teoria, amenizar o impacto no saldo comercial. Entretanto, alertam que tais ações trariam riscos expressivos, como o aumento da incerteza regulatória, o encarecimento das importações e a possibilidade de escalada de tensões comerciais, que poderiam prejudicar a inflação e o investimento no país.
Impacto nas tarifas médias e relação com os EUA
De acordo com o documento, a combinação de tarifas setoriais já praticadas — incluindo a nova tarifa de 50% — elevará a tarifa efetiva média dos EUA sobre produtos brasileiros de 1,3%, em 2024, para 37,2%, em 2025. Apesar da participação dos EUA nas exportações brasileiras ter caído de quase 25% no início dos anos 2000 para 12% atualmente, o mercado americano ainda ocupa o segundo lugar entre os destinos do Brasil, sobretudo para bens manufaturados de maior valor agregado, como aeronaves, autopeças e máquinas.
Perspectivas futuras e contexto comercial
Embora a participação dos EUA nas exportações brasileiras seja menor, o impacto da alta tarifária ainda é relevante, especialmente para produtos de maior valor agregado. O relatório destaca que, apesar das tensões atuais, o mercado americano continua sendo importante para o Brasil, especialmente em setores estratégicos de exportação.
Segundo o estudo, a adoção de tarifas mais elevadas pode gerar desequilíbrios adicionais no cenário econômico, dificultando a recuperação das atividades comerciais e ampliando a incerteza sobre o futuro das relações comerciais entre ambos os países.
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