Brasil, 10 de julho de 2025
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Krugman critica tarifas de Trump sobre o Brasil e chama ação de “megalomaníaca”

O Nobel de Economia Paul Krugman classifica as tarifas de Trump como políticas e aponta que elas podem prejudicar a democracia brasileira

O economista americano Paul Krugman criticou as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras, descrevendo a ação de Donald Trump como “maligna e megalomaníaca”. Em artigo publicado nesta quarta-feira (9), Krugman questiona a justificativa econômica de Trump e afirma que a medida tem fins políticos, além de sugerir que o objetivo seria punir o Brasil pelo julgamento de Jair Bolsonaro no STF.

Tarifa de 50% é vista como ação política e prejudicial

Krugman destaca que o Brasil, com mais de 200 milhões de habitantes, tem uma economia relativamente independente do mercado norte-americano, com exportações para os EUA representando menos de 2% do PIB. “Trump realmente imagina que pode usar tarifas para intimidar uma nação gigante a abandonar a democracia?”, questiona o Nobel, que também afirma que a ação pode ser motivo suficiente para o impeachment do presidente dos EUA.

O economista aponta que a justificativa de Trump, que afirma que a decisão se baseia em “ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e violação da liberdade de expressão nos EUA”, é infundada. “Tudo isso tem a ver com punir o Brasil por colocar Jair Bolsonaro em julgamento”, critica Krugman. Segundo ele, os Estados Unidos já usaram tarifas em outros momentos com fins políticos.

Reação do Brasil e relação comercial com os EUA

Na mesma semana, Trump enviou uma carta ao presidente Lula notificando a imposição da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. O documento citou o julgamento de Bolsonaro no STF e afirmou que a medida busca “responder às ações do Brasil”. Em resposta, Lula declarou que o Brasil não aceitará tutelas e que adotará a Lei da Reciprocidade Econômica para responder às ações de Trump.

A nova tarifa deve entrar em vigor no dia 1º de agosto e foi justificada por Trump, sem provas, como uma resposta às “ataques” do Brasil às eleições americanas. Apesar da liberalidade de Trump, o comércio bilateral entre os dois países é marcada por forte presença da economia norte-americana, com um saldo superavitário de US$ 48,2 bilhões a favor dos EUA nos últimos 28 anos, segundo dados do MDIC.

Perspectivas e impacto na relação bilateral

Especialistas indicam que as tarifas podem gerar tensão na relação comercial e política entre os dois países, além de afetar setores exportadores brasileiros. A medida reforça a percepção de que o conflito vai além das questões econômicas, tendo um caráter de influência política e simbólica entre os governos.

Krugman reforça que tais ações de Trump representam um passo na “espiral de decadência do seu país”, e que há motivos políticos e de prestigiar figuras contrárias à democracia brasileira por trás das tarifas. O episódio demonstra o uso de políticas comerciais como ferramentas de pressão e manipulação nas relações internacionais.

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