Brasil, 10 de julho de 2025
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Inundações no Texas revelam a intensificação dos riscos climáticos

Fortes chuvas de julho de 2025 mostram como as mudanças climáticas ampliam eventos extremos no Texas

No final da noite de sexta-feira, 3 de julho de 2025, a combinação do remanescente da tempestade tropical Barry com uma massa de ar extremamente úmida provocou uma chuva equivalente a mais de quatro meses em apenas quatro horas, causando uma das maiores enchentes na história do Texas. Essa tragédia ocorreu na região da Texas Hill Country, uma área conhecida por suas encostas íngremes, solos rasos e históricos eventos de enxurradas rápidas.

O impacto da enchente histórica no Texas

Durante a madrugada, as margens do rio Guadalupe foram invadidas e uma enxurrada súbita começou a se propagar. Às 4h30, uma medição no monitor de Hunt, Texas, registrou uma elevação de 20 pés em apenas 90 minutos, colocando centenas de vidas em risco imediato. Apesar do alerta precoce emitido pelo Serviço Nacional de Meteorologia, muitas pessoas não conseguiram escapar a tempo.

O resultado foi uma tragédia com mais de 100 mortos até o momento, incluindo moradores, turistas e jovens campistas do Camp Mystic — uma instituição centenária na região — além de suas equipes de liderança. Helicópteros e equipes de resgate continuam na busca por desaparecidos, que já ultrapassam 170 pessoas.

O aumento dos eventos extremos no Texas

O Texas, que já enfrenta frequentes enchentes, está se tornando palco de enchentes de maior intensidade e frequência à medida que o clima aquece. Segundo dados, o estado é o segundo com mais eventos de inundação que ultrapassam um bilhão de dólares em perdas, ficando atrás apenas da Louisiana. Desde as décadas de 1980 e 1990, quando médias atingiam menos de duas grandes enchentes anuais, o número subiu para 16 eventos em 2023 e 20 em 2024.

Esses eventos, muitas vezes considerados “enchentes de 100 anos”, agora acontecem com uma regularidade alarmante, como observado na cidade de Houston, que enfrentou três grandes enchentes entre 2015 e 2017.

Clima em mudança, riscos ampliados

A evidência é clara: as mudanças climáticas não criam novos perigos, mas potencializam os riscos existentes. O ar mais quente retém mais umidade, o que significa que todas as tempestades carregam mais água, levando a chuvas mais intensas e inundações mais destrutivas. Essa tendência já é evidente na frequência de eventos extremos com perdas bilionárias no Texas, que se agravaram ao longo das últimas décadas.

De acordo com especialistas, o estado não pode mais confiar apenas no passado para prever o futuro. “Precisamos de mais dados, tecnologia avançada, protocolos de emergência efetivos e comunicação clara para salvar vidas”, afirma a climatologista Katharine Hayhoe, natural do Texas.

Desafios e perspectivas futuras

Com o aumento da incidência de eventos climáticos extremos, é urgente investir em sistemas de monitoramento mais precisos — radares, estações de medição, modelos meteorológicos e alertas de emergência — que possam antecipar enchentes devastadoras. Além disso, as administrações precisam reforçar a preparação e conscientização da população para reduzir a tragédia das próximas ondas de chuvas intensas.

Embora o caos de julho de 2025 tenha sido um alerta dramático, a narrativa dos riscos climáticos no Texas está apenas começando a ser escrita. Como afirma Hayhoe, “não podemos mais ignorar que nossas ações hoje determinarão a segurança de amanhã diante de um clima em rápida transformação”.

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