A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulou alta de 5,35% em 12 meses até junho de 2025, superando o limite superior da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta para o período era de 3%, com intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%, sendo considerada descumprida por seis meses consecutivos.
Pressão inflacionária causada por fatores diversos
O Banco Central destacou na carta enviada ao ministro da Fazenda e presidente do CMN, Fernando Haddad, que o aquecimento da atividade econômica, o câmbio, o custo da energia elétrica e anomalias climáticas contribuíram para o estouro da meta de inflação em 2025.
Gabriel Galípolo, presidente do banco, atribuiu o resultado ao crescimento do PIB acima do esperado, a um mercado de trabalho bastante aquecido e ao aumento do consumo e do investimento das famílias. Segundo ele, a valorização do dólar frente ao real impactou diretamente os preços de bens importados e as expectativas de inflação.
Além disso, o documento cita as \”anomalias climáticas\” e a piora no cenário hídrico, que resultaram na mudança da bandeira tarifária de energia, pressionando ainda mais os preços.
Impactos nos preços de bens e serviços
O documento detalha que houve altas mais intensas do que as previstas em diversos setores. Entre os itens mais afetados estão os preços da gasolina, a inflação subjacente dos serviços, alimentos industrializados — principalmente o café — e bens industriais, como vestuário e automóveis.
Expectativas e cenário futuro
O Banco Central afirmou que a manutenção da inflação acima do limite por seis meses consecutivos mostra a necessidade de ajustes nas políticas monetárias. A expectativa é de que o quadro evolua com atenção, buscando sinais de desaceleração no segundo semestre.
Especialistas alertam que, com a inflação pressionada por fatores internos e externos, será importante monitorar o comportamento do câmbio e da produção agrícola, além de ajustes no cenário de energia elétrica para o controle das pressões inflacionárias.
Para detalhes completos, consulte a nota oficial do Banco Central.