Brasil, 10 de julho de 2025
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Inflação no Brasil deve estourar meta pela primeira vez no novo regime, aponta IBGE

Indicador de inflação deve superar a meta contínua de 2025, após anúncio do IPCA pelo IBGE nesta quinta-feira (10/7)

O Brasil deve registrar nesta quinta-feira (10/7) o primeiro estouro da meta de inflação sob o novo regime, que utiliza o acumulado de 12 meses, revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A expectativa é que o índice fique acima do limite pela primeira vez desde a implementação do modelo.

Meta de inflação e o novo regime

Definida pelo Comitê Monetário Nacional (CMN), a meta para a inflação em 2025 foi fixada em 3%, com intervalo de 1,50 ponto para cima ou para baixo. Assim, se a inflação ficar entre 1,50% e 4,50% durante seis meses consecutivos, a meta é considerada cumprida. No entanto, o IPCA acumula alta de 5,32% até maio, indicando possível descumprimento do limite.

O que é o IPCA

  • O IPCA, calculado pelo IBGE desde 1979, é o principal termômetro oficial da inflação no Brasil e serve de base para as decisões do Banco Central.
  • Ele mede a variação mensal dos preços de uma cesta de bens e serviços, incluindo categorias como transporte, alimentação, saúde e habitação.
  • O índice abrange 90% da população urbana, oferecendo uma visão abrangente da inflação no país.

Pronunciamentos do Banco Central e a expectativa para o cenário

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou, durante audiência pública no Congresso Nacional nesta semana, que não há planos de revisão na meta de inflação. “Falar em mudar a meta é mostrar que o país está confortável com uma moeda que perde valor constantemente”, declarou. Para ele, alterações na meta poderiam comprometer a credibilidade da moeda brasileira.

Medidas para normalizar a política monetária

Galípolo destacou que a normalização da transmissão da política monetária será feita de forma gradual, por meio de uma série de ações, e não com medidas drásticas. Caso os índices continuem acima da meta, o Banco Central deve enviar uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os fatores internos e externos que levaram ao estouro.

Perspectivas futuras e impactos econômicos

O chefe do BC alertou que, se a inflação permanecer neste ritmo, deverá ficar acima da meta até 2027, o que reforça a necessidade de manter a alta de juros. “Estamos no cenário de uma inflação bastante disseminada, com 72,5% dos itens acima do limite estabelecido”, afirmou Galípolo.

Por sua vez, Haddad revelou que a expectativa do governo é que a inflação fique dentro da banda estipulada pelo Banco Central em 2026. “Acredito que o próximo ano será tranquilo nesse aspecto”, comentou o ministro em entrevista ao Metrópoles.

Impactos e próximos passos

O Banco Central deverá aprimorar suas justificativas e estabelecer prazos para retomar o controle da inflação, adotando uma política de comunicação transparente. A expectativa é que Galípolo envie uma nova carta ao ministro Haddad antes do próximo relatório do governo.

A continuidade do cenário inflacionário eleva a pressão sobre as políticas de juros e a credibilidade da política monetária brasileira, desafiando a estabilidade econômica do país nos próximos anos.

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