Brasil, 10 de julho de 2025
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Inflação atinge 5,35% em 12 meses e confirma descumprimento da meta para 2025

Índice de preços do país ficou acima do limite estabelecido pelo Banco Central, com impacto em tarifas de energia e custos de vida

Os preços de bens e serviços no Brasil avançaram 0,24% em junho, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (10/7). A inflação acumulada em 12 meses atingiu 5,35%, indicando o estouro da meta oficial para 2025, que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Meta de inflação de 2025 é ultrapassada pela primeira vez no novo regime

Este é o primeiro mês em que a meta prevista no novo regime, que utiliza o acumulado de 12 meses — conhecido como meta contínua —, foi descumprida. Segundo o Banco Central, se o índice ficar acima do limite por seis meses consecutivos, a meta é considerada não cumprida. Como o índice de junho ficou acima do teto em dois meses seguidos, a infeliz marca já configura a quebra do objetivo.

Impactos da inflação e razões do estouro

O resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, ficou ligeiramente acima do esperado pelos analistas do mercado financeiro. A mediana das previsões no relatório Focus era de alta de 0,23%, enquanto o IPCA de junho registrou 0,24%, puxado principalmente pela alta da energia elétrica residencial, que subiu 2,96% no mês.

Segundo o IBGE, a bandeira tarifária vermelha no patamar 1, vigente em junho, elevou o custo da energia em R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, como impacto individual mais significativo no índice de preços.

Entre os grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Alimentação e bebidas apresentaram queda (-0,18%), enquanto os demais itens tiveram aumentos ou estabilidade. O impacto mais relevante na inflação de junho veio de Habitação, que registrou alta de 0,99%, refletindo não só o aumento na energia, mas também reajustes na água e esgoto (0,59%).

Reação do Banco Central e expectativas futuras

Diante do descumprimento da meta, o Banco Central enviará uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para explicar as razões do estouro. O texto será divulgado às 18h desta quinta e é obrigação do presidente do Comitê de Política Monetária (Copom), Gabriel Galípolo, justificar o fenômeno, já que a autoridade monetária atua na contenção da inflação via ajuste na taxa básica de juros, a Selic.

Saldo dos componentes da inflação em junho

O IPCA de junho foi influenciado por aumentos em várias categorias, particularmente na energia elétrica, que contribuiu com 0,12 ponto percentual. Ainda assim, o índice como um todo mostrou desaceleração em relação a maio, embora tenha ficado acima do previsto pelo mercado, que estimava alta de 0,23%.

Os demais grupos tiveram variações positivas ou estabilidade. Vestuário subiu 0,75%, transportes 0,27%, enquanto Saúde e cuidados pessoais tiveram incremento de 0,07%, com destaque especial para o impacto do aumento da energia elétrica.

O gerente do IPCA do IBGE, Fernando Gonçalves, afirmou que o peso da energia elétrica no bolso das famílias cresceu no primeiro semestre, com alta de 6,93% até junho — o maior para o período desde 2018, quando foi de 8,02%. Segundo Gonçalves, a sequência de bandeiras tarifárias, alternando entre verde, amarela e vermelha, tem contribuído para a variabilidade dos custos de energia.

Conforme o relatório do IBGE, o aumento na tarifa de água e esgoto na habitação também elevou o índice de preços em junho.

Mais informações podem ser acessadas em Fonte.

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