Brasil, 11 de julho de 2025
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Imprensa internacional destaca uso de questões pessoais nas tarifas de Trump ao Brasil

A decisão de Donald Trump de impor tarifa de 50% ao Brasil é vista por jornais estrangeiros como um exemplo de interesses pessoais e políticos influenciando políticas comerciais

Na última quarta-feira (9), a imprensa internacional repercutiu a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros que entram no país. A medida, que entra em vigor em 1º de agosto, representa um aumento expressivo em relação aos 10% anunciados inicialmente em abril.

Tarifa de 50% e motivações pessoais de Trump

O governo americano justificou o aumento como uma resposta à perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro no Brasil. A comunicação, segunda a fontes oficiais, cita processuais no Supremo Tribunal Federal e relaciona a medida à situação política brasileira. No entanto, jornais como G1 e BBC destacam que a justificativa esconde interesses pessoais de Trump na articulação das tarifas.

Segundo o The Washington Post, a medida evidencia o uso de tarifas por Trump como instrumento de retaliação, movido por questões políticas e não apenas por fundamentos econômicos. “A medida expõe como relações pessoais e alinhamentos políticos seguem pesando mais que os fatores econômicos nas decisões de Trump”, apontou o jornal.

Implicações para o comércio e o cenário político

O New York Times afirma que a escalada no conflito comercial entre EUA e Brasil pode gerar consequências econômicas e políticas de grande impacto. O jornal observa que, apesar de Trump alegar que as tarifas visam corrigir desequilíbrios comerciais, o verdadeiro motivo parece estar ligado à suspensão do processo criminal contra Bolsonaro.

As tensões aumentaram a polarização na relação bilateral, já que os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Analistas especializados alertam que, ao condicionar o fim das tarifas à suspensão do julgamento do ex-presidente brasileiro, Trump demonstra tratar tarifas como uma ferramenta de coerção extrajudicial.

Repercussões e análises internacionais

O jornal britânico The Guardian descreveu a mensagem de Trump como “exaltada” e destacou a semelhança do tom com outras cartas tarifárias enviadas anteriormente. A publicação também comparou os atos de Trump com o ataque ao Capitólio em 2021, referindo-se às ações antidemocráticas de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, demonstrando o impacto da política pessoal nas decisões econômicas.

Já o jornal argentino El Clarín classificou a medida como “drástica”, sublinhando que ela marca o início de uma guerra comercial entre os dois maiores países da América Latina, atualmente governados por líderes com ideologias opostas. O veículo destacou que Trump misturou motivos políticos e econômicos na justificativa para o aumento tarifário, que supera em muito a média de 10% aplicada a outros países latino-americanos.

Consequências e próximos passos

Especialistas alertam que a nova tarifa, além de afetar as relações comerciais, pode aprofundar a instabilidade política na região. A medida, considerada por muitos como uma estratégia de Trump para influenciar processos internos no Brasil, reforça a tendência de uso de tarifas como instrumento de coerção política relacionada a interesses pessoais.

O governo dos EUA ainda não esclareceu se a suspensão das tarifas ocorrerá em troca do andamento do julgamento de Bolsonaro, mas analistas apontam que o cenário aponta para uma era de maior imprevisibilidade nas relações bilaterais. O impacto econômico do aumento tarifário ainda será avaliado, mas a expectativa é de que haja efeitos na exportação de produtos como petróleo, café, suco de laranja e ferro, principais itens do comércio brasileiro com os EUA.

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