A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou nesta quinta-feira (10) seu incômodo com a ausência de declarações ou contato por parte dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, em relação à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% na importação de produtos brasileiros.
Reação oficial e críticas à postura do Congresso
Um assessor do Palácio do Planalto afirmou que a questão não é uma disputa pessoal, mas uma defesa da soberania do Brasil e do respeito ao seu Judiciário. “Não se trata de Lula, se trata do Brasil, da nossa soberania, do nosso Judiciário. É estranho os dois não terem se manifestado até agora”, destacou o auxiliar.
Segundo a fonte, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, entrou em contato com Lula na noite de quarta-feira (9) para demonstrar solidariedade e discutir a resposta à medida de Trump. “A conversa foi no sentido de que a resposta ao que consideraram uma decisão ‘inaceitável’ ficaria no campo político e diplomático”, explicou o assessor.
Reações internas e postura dos líderes do Congresso
Ministros do STF, que preferiram manter reserva, criticaram a iniciativa de Trump, alegando que a medida é uma decisão política baseada em dados falsos e que estaria moldada por interesses do então candidato à presidência Jair Bolsonaro.
Ao chegar na Câmara dos Deputados, Hugo Motta evitou abordar o tema, afirmando que primeiro trataria de reuniões com lideranças partidárias. No Senado, a assessoria de Alcolumbre ainda não se pronunciou sobre a ausência de contato com Lula ou justificativas para o silêncio até o momento.
Implicações diplomáticas e o papel do Congresso
O episódio evidencia tensões entre o Executivo e o Legislativo em um momento de crise comercial internacional, colocando em pauta a necessidade de uma postura mais coordenada por parte dos líderes do Congresso diante de questões que impactam diretamente os interesses do Brasil no cenário global.
Especialistas alertam que a ausência de uma resposta rápida e unificada pode fortalecer a narrativa de políticas externas inconsistente, prejudicando a imagem do Brasil na diplomacia internacional.
Fonte: G1