Brasil, 11 de julho de 2025
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Efeito da tarifa de Trump ameaça o café brasileiro nos EUA

Tarifa de 50% proposta por Trump poderia inviabilizar exportações brasileiras de café para Estados Unidos, principal mercado mundial

Os Estados Unidos, maior consumidor mundial de café, dependem do produto brasileiro para atender à alta demanda interna. A proposta de tarifa de 50% por Donald Trump, prevista para entrar em vigor em agosto, ameaça esse fluxo comercial e gera preocupações no setor cafeeiro brasileiro.

Dependência dos EUA e impacto da tarifa no mercado de café

Apesar de serem os maiores consumidores de café, os EUA produzem apenas 1% do que consomem, dependendo de importações de países como o Brasil, que detém cerca de um terço do mercado norte-americano, com 17% das exportações brasileiras entre janeiro e maio. Se a tarifa de 50% for aplicada, o Brasil pode deixar de ser o principal fornecedor, dificultando o abastecimento dos EUA.

Segundo Fernando Maximiliano, analista da StoneX Brasil, os norte-americanos representam 40% de toda a oferta mundial de café, e a alta tarifária impactaria significativamente as importações do país. Como alternativa, os importadores teriam que buscar fornecedores com produções menores e mais caros, como a Colômbia, que produz cerca de 12 a 13 milhões de sacas de café arábica por ano, bem abaixo das 40 milhões produzidas pelo Brasil.

Repercussões no mercado e preocupação dos exportadores

O preço do café nos EUA já subiu 32,4% entre junho de 2024 e maio de 2025, e a retirada do produto brasileiro agravaria esse cenário, levando ao aumento dos preços e à escassez.

Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), destaca que a situação exige atenção. “Perder o maior mercado do café brasileiro ia forçar a busca por novos fornecedores, o que pode elevar ainda mais os custos para os consumidores norte-americanos”, afirma.

Alternativas e estratégia diplomática do Brasil

O país já atua junto ao governo americano para tentar obter uma isenção da tarifa, que atualmente é de 10%. A Associação Nacional do Café dos EUA (NCA) afirma que negociações estão em andamento, na tentativa de evitar o aumento tarifário que, se concretizado, prejudicará tanto os exportadores quanto os consumidores.

Para os exportadores brasileiros, a saída seria ampliar as vendas para países como China, Índia, Indonésia e Austrália, que já importam cafe brasileiro. Marcos Matos reforça a importância de uma atuação diplomática firme do Brasil para preservar os interesses do setor.

Perspectivas e próximos passos

Especialistas ressaltam que a melhor estratégia é o diálogo entre os governos para evitar que o aumento tarifário se concretize. A negociação visa proteger o mercado de café brasileiro e assegurar preços mais estáveis para os consumidores norte-americanos.

Segundo fontes do setor, uma possível flexibilização ou retirada da tarifa dependerá do diálogo diplomático e das pressões de entidades de classe. O setor cafeeiro brasileiro aguarda uma definição oficial, enquanto prepara alternativas para minimizar os possíveis prejuízos.

Para saber mais, acesse: Fonte: G1 Economia

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