Após o desastre que deixou pelo menos 120 mortos no Texas, a organização GiveDirectly, especializada em doações diretas, enfrentou uma inesperada reação de rejeição e ataques políticos. Mensagens nas redes sociais associaram a tragédia às escolhas políticas dos residentes, dificultando a arrecadação de doações humanitárias.
Polarização política afeta a solidariedade
Enquanto campanhas de ajuda a famílias afetadas pelos incêndios na Califórnia receberam apoio e doações sem críticas, a resposta às enchentes no Texas foi marcada por comentários de intolerância. Mensagens como “votaram para isso acontecer” ou “não acho que mereçam ajuda” se espalharam, alimentando uma narrativa de culpabilização das vítimas.
Segundo Nick Allardice, CEO da GiveDirectly, a situação é “um momento preocupante em que a humanidade está sendo esquecida em nome de divisões partidárias”.
Impactos do cultural war na assistência humanitária
Allardice destaca que, no passado, as ações de ajuda a vítimas de desastres eram apoiadas de forma unificada. “A resposta à uma emergência não deveria estar marcada por ideologias,” afirma. No entanto, a polarização tem criado obstáculos, até mesmo assustando organizações a oferecerem ajuda abertamente.
Exemplos recentes incluem a recusa de alguns sobreviventes à ajuda federal na Carolina do Norte, por suspeitarem de motivações políticas por trás de agências como o FEMA. “Estamos numa situação onde a política domina até a solidariedade,” conclui o CEO.
Desafios para o futuro do auxílio a vítimas de desastres
Especialistas alertam que a politização do socorro coloca em risco a união social e amplia o risco de desamparo de comunidades vulneráveis. O cenário exige que organizações mantenham a neutralidade enquanto enfrentam um clima de hostilidade crescente.
Segundo análise do TIME, essa tendência de divisão ameaça também a eficácia das ações humanitárias futuras, reforçando a necessidade de preservar a empatia além das disputas ideológicas.