Brasil, 11 de julho de 2025
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Conflito no Catiri leva operadora de internet a encerrar serviços

Moradores de Catiri, em Bangu, enfrentam guerra entre traficantes e milícias, resultando na suspensão de serviços de internet.

Moradores da comunidade do Catiri, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, estão vivendo um cenário de tensão e precariedade em decorrência de um intenso conflito entre duas facções criminosas da região. A crise se agravou a ponto de uma operadora de internet, a Supercom Network, anunciar o encerramento de suas atividades na área por motivos de “força maior”. O ataque a prestadores de serviços, como a queima de postes e fios de internet, é um reflexo das disputas pelo controle local.

Impacto da violência na comunidade

As atividades da Supercom foram suspensas após traficantes queimarem um poste de internet, uma das poucas fontes de conectividade da região. Os moradores relataram frequentes tiroteios, com uma residente afirmando que a situação se deteriorou ao ponto de a internet ter se tornado um luxo inatingível. “Os fios estão todos cortados, tacam fogo nas bases que suportam internet, tiros é de manhã, de tarde, à noite, à madrugada, não tem hora para virem e ter tiros”, desabafou a moradora.

A nota emitida pela Supercom destaca a dificuldade de operar sob tais circunstâncias. “Devido às circunstâncias, nossas atividades de internet na região de Bangu serão encerradas permanentemente a partir do dia 09/07/2025. Agradecemos a compreensão de todos”, afirmou a operadora, revelando a desesperança diante do contexto de violência e coerção.

A milícia e sua influência

A presença da milícia na comunidade do Catiri é uma fonte constante de opressão. Não apenas os serviços de internet foram comprometidos, mas a comunidade também enfrenta cobranças mensais por diversas taxas que incluem gás, luz e, estranhamente, até serviços que não estão sendo prestados. Cada residência paga cerca de R$ 80,00 mensais, independentemente de estar utilizando os serviços ou não. Comércio fechado é igualmente alvo das cobranças, gerando um cenário insustentável para moradores e comerciantes.

“Agora, comércio que esteja fechado, casa que esteja fechada, qualquer estabelecimento que esteja fechado tem que pagar. Nós não temos mais o direito de ir e de vir”, lamentou uma moradora, ressaltando a sensação de impotência diante da situação. Essa cobrança de taxas é vista como um meio de controle da milícia sobre a comunidade, agravando ainda mais o sofrimento dos habitantes.

Repercussão e desespero da população

Os relatos dos moradores do Catiri refletem um quadro de desesperança. Não só a falta de internet compromete o dia a dia, mas a situação de segurança impede até mesmo atividades simples, como a compra de produtos essenciais. “Por que que eles continuam cobrando ainda? Por que estamos sem internet? Não pode quem tem seus estabelecimentos, não pode comprar cigarro, não pode comprar cerveja, não pode comprar, tem que comprar com eles”, desabafou um morador, expressando o desejo de um basta nas práticas coercitivas da milícia.

A situação no Catiri não é uma exceção, mas um retrato da realidade enfrentada por muitas comunidades no Brasil, onde a luta por direitos básicos e segurança se torna cada vez mais complexa e cheia de obstáculos. O desespero e a angústia dos moradores pedem por um olhar atento e ações que busquem restaurar a dignidade e a paz na região.

Soluções e esperança para o futuro

Embora a situação atual seja desoladora, é fundamental que as autoridades considerem intervenções que possam garantir os direitos dos cidadãos e instaurar um ambiente seguro e respeitoso nas comunidades afetadas. A regularização dos serviços essenciais, como internet e abastecimento de água e gás, é crucial para recuperar a normalidade na vida da população.

A esperança da comunidade do Catiri repousa em um futuro em que possam viver sem medo de violência e extorsão. Para isso, é imprescindível que a sociedade civil, as autoridades e as organizações não governamentais se unam em busca de soluções viáveis e sustentáveis. A luta pela paz e pela dignidade deve ser contínua e inabalável, pois cada voz conta na construção de um futuro melhor.

Em um mundo onde a conexão é vital, o Catiri serve como um lembrete doloroso da realidade que muitos brasileiros enfrentam todos os dias. É hora de dar atenção a essas comunidades e garantir que a internet e outros serviços essenciais possam ser oferecidos sem o medo da violência e da opressão.

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