No mês de julho de 2025, o artista cubano e residente permanente nos Estados Unidos, Leamsy Izquierdo, conhecido artisticamente como Leamsy La Figura, fez alegações alarmantes sobre as condições de detenção no novo centro de imigração “Alligator Alcatraz”, na Flórida. Segundo ele, os detentos estão vivendo em uma situação de insalubridade e desumanidade, marcada por frio intenso e falta de cuidados básicos.
A importância do caso
Izquierdo, que se encontra detido desde a última sexta-feira, traz à tona um debate crucial sobre o tratamento de imigrantes e residentes não cidadãos nas instituições de imigração dos Estados Unidos. Sua prisão e transferência destacam os riscos que os portadores de green card enfrentam quando são acusados de delitos. O centro de detenção, construído rapidamente em terras das Everglades e que atualmente abriga cerca de 400 pessoas, gerou preocupações entre defensores dos direitos humanos e a comunidade cubano-americana, embora tenha sido amplamente elogiado pela administração Trump e seus apoiadores.
Condições de detenção alarmantes
De acordo com Izquierdo, que relatou sua experiência em uma ligação com sua parceira, Katia Hernández, a falta de água, produtos de higiene e até mesmo alimentos adequados é uma realidade enfrentada pelos detentos. Ele mencionou que está há quatro dias sem tomar banho e criticou o regime de iluminação constante no centro: “Estamos em uma jaula de barras de metal com as luzes acesas 24 horas por dia, e os mosquitos parecem elefantes”.
Além disso, Izquierdo descreveu o local como extremamente frio, com temperaturas caindo até “menos dois graus”, levando as pessoas a se agasalharem inadequadamente e a passarem frio. Ao ser transferido para o Alligator Alcatraz após ser preso por agressão, ele teve sua liberdade condicional negada devido a um “detido do ICE”, conforme relatou sua parceira.
Reações e negações do governo
Enquanto Izquierdo procurava por apoio nas redes sociais, outros detentos também relataram sofrer com a falta de medicamentos e condições similares. No entanto, as autoridades estaduais refutaram as alegações de tratamento inumano, afirmando que “as condições nas instalações não correspondem à realidade”. A diretora de comunicação da Divisão de Gestão de Emergências da Flórida, Stephanie Hartman, declarou à imprensa que o centro atende a todos os padrões exigidos.
Ainda mais preocupante é a falta de supervisão independente sobre o funcionamento do Alligator Alcatraz, o que levanta questões sobre a transparência das operações da instalação. Uma pesquisa recente da YouGov sinalizou que uma significativa maioria dos americanos se opõe à existência do centro, com 48% manifestando discordância e apenas 33% apoiando sua criação.
Opiniões e posicionamento de figuras públicas
Kristi Noem, Secretária de Segurança Nacional dos EUA, defendeu o centro afirmando que ele representa um novo modelo para as instalações de detenção, projetadas para abrigar os “piores dos piores”, e frisar a necessidade de uma abordagem mais rigorosa em relação à imigração. Em contrapartida, Bacardi Jackson, diretor executivo da ACLU da Flórida, criticou a construção do centro, destacando que ele representa uma violação dos direitos humanos e da dignidade.
Próximos passos
O futuro de Leamsy Izquierdo no Alligator Alcatraz permanece incerto, com a possibilidade de liberação, deportação ou até mesmo acusação em tribunal ainda em questão. O caso destaca a urgência de discutir e revisar a situação das instalações de detenção e a proteção dos direitos dos imigrantes nos Estados Unidos.
A crescente atenção à situação em Alligator Alcatraz poderia eventualmente forçar mudanças nas políticas de imigração e detenção. À medida que mais informações surgem e a situação continua a se desenvolver, é essencial acompanhar as narrativas dos que estão dentro dessas instalações e a resposta do governo.
