No cenário de rápidas mudanças e crises como a de 2020, muitas empresas demonstraram capacidade de adaptação, mas struggle para manter esse impulso. Segundo Jeroen Tas, colaborador da TIME, a chave para uma transformação verdadeira e duradoura está em abandonar a mentalidade de controle e adotar uma abordagem de ecossistema colaborativo e resiliente.
A dificuldade de sustentar a transformação
Durante a pandemia, a velocidade com que empresas como Philips ajustaram suas operações foi impressionante. Contudo, assim que a crise passou, muitas retornaram aos velhos hábitos, revelando que a mudança rápida não se sustenta sem uma base sólida. Tas explica que o problema não está na tecnologia ou no talento, mas na resistência cultural ao romper com paradigmas tradicionais.
O paradigma de ecossistemas
Empresas mais dinâmicas atualmente, como Amazon, Notion e Anthropic, operam com base na construção de plataformas que promovem escala e colaboração. Elas enxergam o mercado como uma rede de relacionamentos complexos, onde valor é co-criado por parceiros, clientes e até concorrentes, semelhante a organismos em um sistema natural. Essa visão exige uma mudança de mentalidade: de controle rígido para agilidade e co-evolução.
A complexidade dos sistemas colaborativos
Os ecossistemas são sistemas adaptativos complexos, com relações em constante evolução, feedbacks e comportamento emergente. Para liderar nesse contexto, é preciso abandonar a busca por controle fixo e abraçar a resiliência e a capacidade de adaptação contínua, explica Tas.
O papel da liderança na transformação
Segundo o especialista, a maior barreira não é a estratégia, mas a mentalidade de zero-sum — de competição que visa maximizar ganhos individuais às custas dos outros. Para mudar essa cultura, líderes devem primeiro trabalhar a si mesmos, trocando a busca por certezas por curiosidade, o controle por contribuição, e a narrativa de herói pela de co-criação.
Construindo organizações ecossistêmicas
Para criar organizações prontas para essa nova era, é preciso desenvolver uma liderança que valorize a vulnerabilidade, a colaboração e o aprendizado contínuo. Assim, as empresas podem não apenas sobreviver às mudanças, mas prosperar em ambientes complexos e altamente conectados.
Segundo Tas, iniciar essa mudança exige coragem para repensar relacionamentos internos e externos, promovendo uma cultura de inovação compartilhada e adaptação constante. Somente assim é possível estabelecer uma transformação realmente duradoura.