Brasil, 10 de julho de 2025
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China constrói data centers no deserto de Xinjiang com energia solar

Complexos de alta tecnologia em Xinjiang, movidos por energia renovável, reforçam a aposta chinesa na liderança da inteligência artificial

Em Xinjiang, no extremo oeste da China, o governo está desenvolvendo um ambicioso projeto de instalações de data centers sustentáveis, alimentados por energia solar e eólica. Localizadas em um deserto rochoso e empoeirado, essas estruturas visam fortalecer a posição da China na corrida global pela inteligência artificial.

China avança em data centers de alta escala com foco em IA

Documentos obtidos pela Bloomberg revelam que, até o final do ano passado, foram aprovados 39 projetos de data centers na região, com planos de usar mais de 115 mil chips da Nvidia, semicondutores essenciais para o treinamento de modelos de IA avançados. Esses chips, limitados pelo exportador americano, reforçam as tensões geopolíticas entre China e Estados Unidos.

A escala dos projetos é comparável à de operações nos EUA que treinam plataformas como ChatGPT e Gemini. Ainda segundo as informações, Xinjiang abriga operações de grau semelhante às maiores dos EUA, evidenciando a seriedade do investimento chinês na área.

Razões estratégicas para a escolha de Xinjiang

Apesar da localização remota, Xinjiang oferece vantagens como terrenos baratos e clima frio, ideais para refrigeração de servidores de alta capacidade. Além disso, a região destaca-se pelo seu polo de energia verde, onde instalações solares utilizam torres de sódio fundido para captar luz solar e gerar eletricidade, visíveis a até 30 quilômetros de distância.

Para especialistas, essa combinação de fatores posiciona Xinjiang como um local estratégico para o avanço tecnológico sustentável da China, que busca independência de importações de componentes essenciais. O projeto é liderado pela empresa de energia renovável Nyocor, que planeja adquirir 2 mil chips Nvidia H100, avaliados em cerca de US$ 20 mil cada, para montar seu data center com 625 servidores.

Impactos e tensões na política de exportação de chips

O projeto chinês ocorre no momento de crescente pressão dos EUA para restringir a exportação de tecnologias avançadas de IA. Em julho, a Bloomberg noticiou que o governo Trump planeja limitar ainda mais o envio de chips para Tailândia e Malásia, visando impedir que a China utilize essas tecnologias em suas forças armadas de próxima geração. Assim, Pequim busca alternativas para manter seu ritmo de inovação e treinamentos de IA.

Além disso, a startup chinesa Infinigence AI, que já levantou US$ 140 milhões, constrói o poder computacional que será utilizado nesses centros, vendendo sua capacidade à própria China. Ao lado disso, há uma preocupação internacional com o uso dessas tecnologias em contextos militares e estratégicos, elevando a tensão entre as maiores potências mundiais.

Perspectivas futuras do desenvolvimento

Apesar das restrições impostas pelos EUA, as operações em Xinjiang avançam rapidamente, com grandes complexos em construção na região de Yiwu. Especialistas indicam que, ao unir energia renovável, tecnologia de ponta e localização remota, a China está criando uma base potente para o treinamento de futuras inteligências artificiais, reforçando seu crescimento tecnológico sustentável.

Essa estratégia evidencia um momento de forte disputa geopolítica na área de tecnologia, onde o controle de chips avançados e a expansão de centros de processamento se tornam essenciais para a liderança global na inovação de IA.

Fonte: O Globo

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