Na última quarta-feira (9), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva informando a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras ao país, a partir de 1º de agosto. A medida gerou forte reação de entidades sindicais brasileiras, que consideram o ato uma agressão à soberania nacional.
Reação das centrais sindicais ao tarifaço dos EUA
As oito principais centrais sindicais do Brasil manifestaram seu repúdio à medida, classificando-a como intempestiva e motivada por interesses políticos. Segundo o manifesto, a ação remete à participação dos EUA no golpe militar de 1964 e serve de “reakção hostil às decisões do Supremo Tribunal Federal envolvendo empresas norte-americanas que atuam no Brasil”.
“O tarifaço de Trump é um ataque à soberania brasileira e uma reação conjunta com o bolsonarismo, que fomenta a polarização e prejudica os interesses do país”, afirmam as entidades sindicais.
Para as centrais, essa elevação abrupta ameaça setores produtivos como a indústria e o agronegócio, podendo resultar em demissões em massa, fechamento de empresas, aumento da inflação e agravamento do custo de vida. Além disso, o aumento nas tarifas impacta a estabilidade cambial do Brasil.
Resposta do governo e posição das centrais sindicais
As organizações sindicais apoiam a postura firme do governo Lula e celebram a aprovação da Lei da Reciprocidade Econômica, que busca estabelecer medidas semelhantes em resposta às ações dos EUA. Elas afirmam que o Brasil deve buscar uma solução diplomática, fortalecendo suas relações internacionais de forma pacífica e justa.
“Reiteramos nossa confiança na capacidade do governo de equilibrar firmeza e diplomacia para evitar uma crise mais grave. Nosso compromisso é com a soberania, a democracia e os direitos da classe trabalhadora”, diz o manifesto assinado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, Intersindical e Central do Servidor.
As entidades também questionam a postura de deputados brasileiros que atuam como “agentes estrangeiros” ao fomentar sanções contra o próprio país, citando especificamente o deputado federal Eduardo Bolsonaro, cuja conduta consideram prejudicial aos interesses nacionais.
Perspectivas e encaminhamentos futuros
As centrais reforçam a importância de o Brasil buscar uma resolução multilateral e diplomática, evitando uma escalada de tensões que possa prejudicar a economia e a estabilidade política nacionais. Elas destacam a necessidade de o governo utilizar todos os instrumentos legais disponíveis para proteger a soberania e os interesses do país.
Segundo o documento, a luta pela preservação da soberania e dos direitos da classe trabalhadora permanece inegociável, e o país deve trabalhar para que a crise seja resolvida de forma pacífica e equitativa.
Fonte: Agência Brasil