Brasil, 11 de julho de 2025
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Banco Central aponta desaceleração da inflação para final de 2026

Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, atribui a inflação elevada a fatores como atividade aquecida e expectativas desancoradas

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, enviou uma carta ao ministro Fernando Haddad justificando o descumprimento da meta de inflação. Segundo o documento, a inflação deve voltar ao intervalo de tolerância somente no final do primeiro trimestre de 2026, devido a fatores como atividade econômica aquecida, expectativas de inflação desancoradas e depreciação cambial.

Fatores que influenciam a inflação acima da meta

De acordo com Galípolo, a economia apresentou crescimento do PIB acima do esperado e um mercado de trabalho bastante aquecido, impulsionado pelo aumento do consumo das famílias e dos investimentos. Ele também destacou que as expectativas de inflação se desancoraram especialmente ao longo de 2024, com a valorização do dólar frente ao real impactando diretamente os preços de bens importados e, por consequência, as projeções inflacionárias.

Expectativas de inflação e impacto cambial

Galípolo afirmou que, desde meados de 2024, as expectativas de inflação se mostraram significativamente superiores à meta de 3%, chegando a uma contribuição de 0,58 pontos percentuais na projeção atual, contra 0,30 pontos percentuais na carta de janeiro. “A manutenção desse desancoramento por período prolongado aumenta a sensibilidade a choques de curto prazo, pressionando a dinâmica de preços e salários e repercutindo na inflação cambial”, explicou.

Pressões de preços e cenário de custos

O presidente do BC destacou ainda o forte aumento no preço do café moído (77,88%) e de carnes (23,63%) nos últimos doze meses, pressionando a inflação de alimentos. Além disso, a alta de 11,21% no etanol afetou bens industriais e indiretamente o preço da gasolina. Em contrapartida, houve a queda de 9,9% nos preços de alimentos in natura, fruto do fim do fenômeno El Niño no segundo trimestre de 2024. A piora do cenário hídrico também elevou as tarifas de energia, contribuindo para a inflação por meio das tarifas especiais.

Política monetária e seus próximos passos

Galípolo reforçou que a política monetária deve permanecer com um juro em patamar contracionista por um período prolongado, para garantir a convergência da inflação à meta, considerando as defasagens na transmissão dos efeitos da política. “O ciclo atual foi rápido e vigoroso na elevação de juros, mas grande parte dos impactos ainda está por vir”, afirmou, indicando cautela e monitoramento contínuo.

Estratégia de combate à inflação

Ele destacou que o foco deve ser na luta contra a inflação e não simplesmente na meta número, ressaltando a importância de manter uma estratégia firme de combate às expectativas inflacionárias desancoradas. A primeira carta de Galípolo foi enviada em janeiro, após o IPCA de 2024 fechar acima do objetivo, em conformidade com a nova regra de metas contínuas do Banco Central, que exige justificativa diante de excedentes de até seis meses na superação do teto de 4,5%.

Perspectivas e impacto econômico

Segundo o documento, a inflação deve se estabilizar dentro do intervalo de tolerância até o final de 2025 ou início de 2026, mas o cenário ainda demanda atenção devido às expectativas elevadas e à sensibilidade do câmbio. O Banco Central continuará adotando uma postura de prudência, visando reduzir a inflação às metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.

Para mais detalhes, acesse a carta completa do BC.

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